Para garantir que cumpra sua tarefa de entregar a inflação na meta após dois anos de fracasso e caminhando para o terceiro sem atingir o objetivo, o Comitê de Política Monetária (Copom) argumentou que a desaceleração econômica atual é necessária para garantir o sucesso de sua missão. O colegiado vem sofrendo duras críticas, principalmente do governo, por manter a Selic em 13,75% ao ano, considerado um nível muito elevado para os padrões brasileiros.
Conforme a ata da reunião da semana passada divulgada nesta terça-feira, os dados de atividade no Brasil seguem indicando um ritmo de crescimento mais moderado na margem, e os dados de emprego sugerem moderação. "O Copom segue avaliando que a desaceleração econômica em curso é necessária para garantir a convergência da inflação para suas metas, particularmente após período prolongado de inflação acima das metas."
O colegiado ressaltou que, após um período de forte recuperação nos dois últimos anos, iniciou-se um processo de desaceleração do crescimento no setor de bens duráveis, que havia sido particularmente impulsionado na pandemia, e que é mais sensível à política de juros. "A desaceleração se espalhou para o setor de bens não-duráveis e, posteriormente, para o setor de serviços, ainda que de forma mais branda", pontuou, acrescentando que as perspectivas de crescimento econômico não mudaram significativamente no período recente.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que, como esperado por causa da maior defasagem em relação ao ciclo econômico, foi somente no período recente que o mercado de trabalho exibiu evidências de desaceleração moderada. Essa diminuição do ritmo, conforme a ata, é compatível com a expectativa do comitê de uma moderação do ritmo da atividade econômica. "Alguns membros observaram que há um movimento de recomposição parcial das perdas recentes nos salários reais, relatou o documento, acrescentando que esse movimento é esperado e vem acompanhado de desaceleração nos ganhos nominais, o que deve se acentuar à frente.
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