O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central repetiu, na ata de seu encontro de deste mês, que o cenário de retomada do ciclo de ajuste é menos provável, ainda que garanta que não hesitará em adotá-lo caso a desinflação não ocorra como o esperado. Na semana passada, o colegiado manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião consecutiva.
Na ata, assim como no comunicado, o Copom repetiu que segue "vigilante" considerando a incerteza ao redor dos seus cenários, avaliando se a estratégia de manutenção da Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação para as metas.
"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária", repetiu, em meio à forte ofensiva do governo federal pela queda dos juros.
Em relação à decisão deste mês, o BC disse na ata, assim como no comunicado, que a manutenção é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante", que, agora, inclui somente o ano de 2024.
A projeção oficial do BC para o ano que vem é para 2024 é de 3,6% no cenário de referência, acima do centro da meta de 3,0%, e de 2,9% no cenário alternativo, que considera a Selic constante por todo horizonte relevante.
Sobre a manutenção da Selic pela sexta vez seguida, o BC também reafirmou que implica "suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", como também vem defendendo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em eventos recentes. Essas ideias expressas na ata já constaram no comunicado da semana passada.
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