MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Argentina suspende restrições à compra de dólares e adota câmbio flutuante após acordo com FMI

A Argentina anunciou nesta sexta-feira, 11, que encerrará as restrições cambiais em vigor desde 2019. A medida ocorre logo após confirmar um pacote de socorro de US$ 20 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI). "(O acordo) nos permitirá, a partir d

Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)

·
Escrito por Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)
Publicado em 11.04.2025, 21:15:00 Editado em 11.04.2025, 21:20:00
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A Argentina anunciou nesta sexta-feira, 11, que encerrará as restrições cambiais em vigor desde 2019. A medida ocorre logo após confirmar um pacote de socorro de US$ 20 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).

continua após publicidade

"(O acordo) nos permitirá, a partir de segunda-feira (14), levantar os controles cambiais que limitam tão severamente o funcionamento normal da economia", disse o ministro da Economia, Luis Caputo, em declaração à imprensa na Casa do Governo.

As restrições cambiais, popularmente conhecidas como "cepo", estavam em vigor desde 2019 para conter o fluxo de moeda estrangeira. Os controles limitam a compra de dólares pelo preço oficial - mais barato do que no mercado ilegal - e impedem que as empresas enviem seus lucros para o exterior, limitando as importações.

continua após publicidade

Uma das novidades mais significativas, conforme o jornal La Nación, é que a taxa de câmbio do dólar no Mercado de Câmbio Livre (MLC) poderá oscilar dentro de uma faixa móvel entre 1 mil e 1,4 mil pesos. Isso elimina o esquema de indexação progressiva em vigor até agora e libera parcialmente a taxa de câmbio da flutuação.

O "cepo" havia sido criado em 2011, no governo de Cristina Kirchner, suspenso em 2015, na presidência de Mauricio Macri, e reimposto em 2019, por Alberto Fernández. Esse tipo de controle limita a compra de dólares pelo preço oficial - mais barato do que no mercado ilegal - e impede que as empresas enviem seus lucros para o exterior, limitando as importações.

Outras mudanças

continua após publicidade

O Banco Central da Argentina disse, em comunicado, que, a partir de segunda-feira, 14, as restrições cambiais para pessoas físicas serão eliminadas, as distribuições de lucros para acionistas estrangeiros serão permitidas a partir dos anos fiscais iniciados em 2025, e os prazos de pagamento para transações de comércio exterior serão flexibilizados, entre outras mudanças.

"A eliminação das restrições cambiais impulsionará a atividade, o emprego, o investimento e a produtividade na economia. da Argentina, com o fortalecimento da recuperação em curso da poupança interna e do crédito ao setor privado", afirmou a entidade.

O anúncio ocorre em um momento crítico para a segunda maior economia da América do Sul. As dúvidas geradas nos mercados financeiros sobre a consistência do plano econômico de Javier Milei pressionaram a taxa do dólar e forçaram o governo a recorrer às limitadas reservas cambiais do Banco Central para intervir no mercado de câmbio.

continua após publicidade

As flutuações do dólar têm impacto imediato nos preços da economia e podem comprometer o plano antiinflacionário de Milei. Após vários meses de queda no custo de vida, a inflação acelerou pelo segundo mês consecutivo em março para 3,7% ao mês, a maior desde agosto passado.

Paralelamente, com a crise internacional desencadeada pelas políticas tarifárias de Donald Trump, as ações e os títulos argentinos despencaram, e o risco-país aumentou.

continua após publicidade

Segundo o ministro Caputo, o governo argentino negocia com o FMI há oito meses para reforçar as reservas cada vez menores do Banco Central e suspender os controles cambiais.

Na terça-feira, 8, o fundo anunciou ter chegado a um acordo "de nível técnico" com a Argentina, para uma linha de crédito estendida de 48 meses no valor total de US$ 20 bilhões.

Em nota, o órgão informou que se baseou no "impressionante progresso inicial das autoridades argentinas na estabilização da economia". O comunicado citou ainda uma forte âncora fiscal, que estaria proporcionando "rápida desinflação e recuperação na atividade e indicadores sociais".

"O programa apoia a próxima fase da agenda de estabilização e reforma doméstica da Argentina, com o objetivo de consolidar a estabilidade macroeconômica, fortalecer a sustentabilidade externa e desbloquear um crescimento forte e mais sustentável, ao mesmo tempo em que gerencia o cenário global mais desafiador", completou o texto do FMI.

"Não foi fechado antes porque precisávamos de um nível de reservas (do Banco Central) de US$ 20 bilhões. O fundo ficou muito surpreso. Disseram que era praticamente impossível", disse a autoridade.

Caputo afirmou que a agência está "impressionada" com os resultados fiscais alcançados pelo governo Milei com base em suas políticas de ajuste e que, por fim, aprovou um desembolso inicial de US$ 12 bilhões na próxima terça-feira, que será complementado pela transferência de mais US$ 1 bilhão em junho.

O pacote de ajuda será complementado por mais de US$ 6 bilhões em contribuições de outras organizações internacionais. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

Deixe seu comentário sobre: "Argentina suspende restrições à compra de dólares e adota câmbio flutuante após acordo com FMI"

O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
Compartilhe! x

Inscreva-se na nossa newsletter

Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!