As aquisições bilionárias em combustíveis fósseis feitas pelas multinacionais ExxonMobil e Chevron movimentaram o debate sobre a transição energética e o uso do petróleo nos próximos anos. O negócio é visto por analistas como uma forma das gigantes americanas manterem as suas apostas no mercado de energia e assumirem pouco risco financeiro.
Na semana passada, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e outros democratas escreveram uma carta à presidente da Comissão Federal de Comércio, Lina Khan, alegando que o acordo Exxon-Pioneer e a compra da Hess pela Chevron "provavelmente prejudicarão a concorrência". Um dos obstáculos às companhias é o desafio de manter a produção nos campos de xisto dos EUA. Em agosto, a Society Of Petroleum Engineers observou que "a produção média do poço de petróleo de xisto dos EUA está diminuindo mais rapidamente a cada ano".
Outra questão são os preços do petróleo. As parcerias Exxon-Mobil e Chevron-Texaco refletiram a ideia de que os preços do petróleo estariam para sempre entre US$ 15 e US$ 20 dólares por barril, avaliou o analista de energia Arjun Murti. "A única forma de gerar boa rentabilidade é cortar custos, fundir-se com outra empresa e extrair sinergias", pontuou.
As apostas de US$ 60 bilhões no petróleo da Exxon Mobil e da Chevron ocorrem em um momento em que a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda por petróleo e gás natural atingirá o pico em 2030. Analista de energia da CFRA Research, Stewart Glickman aponta uma clara "desconexão entre a indústria dos combustíveis fósseis e a nova turma da energia" sobre a rapidez e a intensidade com que as energias renováveis substituirão a procura por combustíveis fósseis.
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