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Após ter empréstimo negado nos EUA, Latam vê cerco se fechar

O cerco começou a se fechar para a companhia aérea chilena Latam depois de a empresa não conseguir convencer a Justiça americana a aceitar o modelo de sua capitalização. A ordem para a empresa, que tem relevantes operações no Brasil, é uma só, segundo esp

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.09.2020, 07:45:00 Editado em 12.09.2020, 07:50:32
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O cerco começou a se fechar para a companhia aérea chilena Latam depois de a empresa não conseguir convencer a Justiça americana a aceitar o modelo de sua capitalização. A ordem para a empresa, que tem relevantes operações no Brasil, é uma só, segundo especialistas em recuperação judicial: encontrar outra fonte de dinheiro - e rápido.

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A companhia havia acertado um empréstimo de US$ 2,45 bilhões com as famílias Cueto e Amaro - acionistas da companhia -, a Qatar Airways e o fundo Oaktree Capital. No entanto, o empréstimo - no modelo DIP, que dá preferência de pagamento a quem ajudou a empresa no momento de dificuldade - não foi aceito pela corte responsável pela recuperação da companhia nos EUA.

A decisão foi proferida na noite de quinta-feira pelo juiz James L. Garrity Jr., da corte de falências de Nova York, em uma sentença longa, de mais de 100 páginas.

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Segundo Maria Fabiana Dominguez Sant'Ana, sócia do escritório de advocacia PGLaw, a decisão é um revés que pode ser contornado. A especialista destacou, porém, que não é comum a Justiça americana interferir em processos como esse.

"O problema foi eles entenderem que os acionistas estariam se beneficiando. Não é grave ao ponto de não ser contornável, mas é algo que não costuma acontecer", disse.

Segundo Bruno Chiaradia, sócio de ASBZ Advogados e especialista em insolvência, a Latam tem um desafio pela frente para avançar com seu plano de recuperação judicial.

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"É uma grande frustração. Levaram o processo para os Estados Unidos para ele ser viabilizado com maior segurança. A companhia está em xeque, já que o DIP na forma como foi proposto não deu certo. Ele era o carro-chefe para a recuperação da empresa. Ela terá de viabilizar um novo formato", disse o especialista.

No Brasil, as operações seguem castigadas e sem sinal de ajuda do governo brasileiro. O empréstimo via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estava em segundo plano na reestruturação da Latam, agora pode voltar ao radar. Nem a Latam nem suas rivais conseguiram, até agora, chegar a um acordo com o banco de fomento.

Buscar estratégias para ganhar tempo é algo que todas as áreas do mundo vêm fazendo. Essas empresas cada vez mais precisam queimar caixa para fazer frente a custos fixos elevados. A Latam, em especial, tem forte atuação no mercado internacional, que tem demorado mais para retomar diante das restrições a voos em diversos países. O grupo iniciou um processo de recuperação judicial nos EUA ainda em maio.

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Local x longa distância

Globalmente, a empresa teve utilização das aeronaves de 51% no segundo trimestre, queda de mais de 30 pontos porcentuais na comparação anual. Dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) mostram que a demanda global por voos nos mercados domésticos apresentou queda de 57,5% em julho, também na comparação anual. No mercado internacional, entretanto, a queda no mês foi de 91,9%.

O mercado doméstico brasileiro tem se recuperado de forma mais rápida do o restante da América Latina. Mesmo assim, a Latam se mostra mais fragilizada no País e apresentou, em julho, utilização de 66% das aeronaves, contra 79% da Azul e 78% da Gol, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Procurada pela reportagem, a Latam disse que segue avaliando a sentença.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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