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Após doze pregões de queda, dólar sobe com ajustes e recuo de commodities

Após recuar nos últimos doze pregões, em que acumulou desvalorização de 4,83% e registrou a maior sequência de baixa da história do Plano Real, o dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 5, em alta moderada. Segundo operadores, o recuo dos preç

Antonio Perez (via Agência Estado)

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Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 05.02.2025, 18:59:00 Editado em 05.02.2025, 19:06:32
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Após recuar nos últimos doze pregões, em que acumulou desvalorização de 4,83% e registrou a maior sequência de baixa da história do Plano Real, o dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 5, em alta moderada. Segundo operadores, o recuo dos preços das commodities, em especial do petróleo, e a perda de fôlego das divisas latino-americanas abriram espaço para ajustes técnicos e movimentos de realização de lucros no mercado doméstico.

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Com mínima a R$ 5,7513 e máxima a R$ 5,8179, o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,7942, avanço de 0,38%, depois de tocar pontualmente terreno negativo no meio da tarde. Apesar da alta de hoje, a moeda americana ainda recua na semana (0,73%). No ano, o dólar acumula desvalorização de 6,25%, após ter encerrado 2024 com ganhos de 27,34%.

"Podemos dizer que houve uma correção após 12 pregões de recuo da moeda. Não vejo uma reversão de tendência, que deve continuar sendo de queda", afirma o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, acrescentando que o mercado monitorou a apresentação, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de documento de 25 prioridades para o biênio 2025/2026 ao novo presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB). "Isso chegou a provocar alguma volatilidade durante o pregão, até por conta da proposta do Imposto de Renda".

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Uma das prioridades de Haddad é a chamada reforma da renda, com a proposta de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Como contrapartida para perda de receitas, o governo pretende aumentar o imposto para faixas maiores de renda, o que é visto com ceticismo pelos investidores. Analistas ouvidos pelo Broadcast nos últimos dias ponderam que a questão do IR tem potencial de provocar solavancos no dólar.

Lá fora, o índice DXY - termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes - recuou, operando abaixo da alinha dos 107,500 no fim da tarde, com perdas demais de 1% do dólar em relação ao iene, em meio ao aumento das apostas em alta de juros pelo Banco do Japão (BoJ).

Apesar da criação de vagas acima das expectativas no setor privado dos EUA em janeiro, segundo pesquisa ADP, os sinais são de perda de fôlego da atividade econômica - o que abriria espaço para queda dos juros ainda neste ano. O índice de gerente de compras (PMI) dos EUA, calculado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM), caiu de 54,1 em dezembro para 52,8 em janeiro, abaixo da estimativas (54).

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Embora mostre chances maiores de que o Federal Reserve promova um corte acumulado de 50 pontos-base na taxa básica americana neste ano, ferramenta do CME Group apontou aumento da possibilidade de uma redução de 75 pontos-base após dados do setor de serviços. As atenções dos investidores se voltam agora para a divulgação, na sexta-feira, 7, do relatório mensal de emprego (payroll) de janeiro, além do desenrolar da novela da adoção de tarifas de importação do governo Trump.

Analistas não descartam a possibilidade de que haja uma suspensão de tarifa adicional de 10% a produtos chineses, nos moldes doas negociações envolvendo Canadá e México, que conseguiram um adiamento da imposição de tarifas após oferecer contrapartidas aos EUA, como maior controle da fronteira e combate ao tráfico de drogas. Há expectativa de uma eventual conversa telefônica entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, para tratar da questão.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que as ameaças de "tarifaço" por parte de Trump, com adoção de tarifas universais, não se confirmaram, dando lugar a negociações bilaterais com os principais parceiros comerciais dos EUA.

"Isso trouxe alívio do mercado, que correu atrás de 'galinhas mortas' como os ativos domésticos. O real carregava uma desvalorização de quase 30% na virada do ano e investidores aproveitaram o cenário externo mais clamo para zerar posições vendidas na moeda brasileira", afirma Galhardo, para quem a taxa de juros local elevada contribui para a entrada de fluxo estrangeiro, em meio a ausência de ruídos políticos em Brasília.

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