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Após crescer 46% em 2021, crédito imobiliário deve frear

Depois de crescer 46% no País, chegando a R$ 255 bilhões em 2021, o crédito imobiliário tende a frear em 2022, conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Diante da alta da taxa básica de juros (Selic), os ba

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.03.2022, 08:35:00 Editado em 04.03.2022, 08:40:39
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Depois de crescer 46% no País, chegando a R$ 255 bilhões em 2021, o crédito imobiliário tende a frear em 2022, conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Diante da alta da taxa básica de juros (Selic), os bancos e as entidades de financiamento ao segmento dão como certa a desaceleração do crédito neste ano. A subida dos juros elevou as taxas que as instituições financeiras cobram dos clientes, o que contém o ímpeto para novos projetos. A inflação também deve reduzir a propensão do consumidor a comprar imóveis em 2022.

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O crescimento em 2021 foi puxado pelos financiamentos com recursos da poupança, que subiram 66% em relação a 2020. O financiamento via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caiu 3%.

O recorde deve ser renovado em 2022, mas sem placar elástico. A Abecip espera que o financiamento cresça 2%, com um declínio de 5% nas concessões via poupança. "Temos um ano de desafios: o PIB vai desacelerar, o desemprego pode ter um pouco de aumento, temos a inflação ainda sustentada e níveis de confiança com tendência de redução", diz o presidente da entidade, José Ramos Rocha Neto.

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Nos bancos, a percepção é semelhante. "Sem dúvida (vai desacelerar), e a redução vem principalmente em função do aumento da taxa de juros", afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, em entrevista no início do mês.

Alta nos juros preocupa segmento

A principal preocupação dos empresários do setor imobiliário está relacionada ao aumento na taxa de juros aos empréstimos da área. Atualmente, ela está em torno de 9% a 10% ao ano. No começo de 2021, estava perto de 7% ao ano. O aumento se traduz em parcelas mais caras para os mutuários e na redução de seu poder de compra.

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"O aumento na taxa de juros preocupa", disse há duas semanas o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. Para ele, porém, a taxa permanece "atrativa" o suficiente para manter a liquidez do setor: após recordes de baixa em 2021, voltou a um patamar mais próximo das médias históricas com que o mercado costuma trabalhar.

"Já tivemos taxas de crédito imobiliário com dois dígitos, e nem por isso perdemos a pujança nos volumes de financiamento", afirma o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Ramos Rocha Neto. Um dos fatores que podem frear a alta dos juros para os mutuários, na avaliação dos bancos, é a "trava" do rendimento da poupança.

Quando a Selic ultrapassa 8,5% ao ano, a remuneração estaciona em 6,17% ao ano mais a taxa referencial (TR). Como a Selic está em 10,75% ao ano, a alta do custo de financiamento para os bancos está dada, ainda que os juros básicos da economia voltem a subir, como o mercado prevê.

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Rocha Neto afirma que o aumento dos juros terá impactos diferentes no financiamento à aquisição e no à construção. No primeiro caso, o consumidor pode concluir que, mesmo com a parcela maior, a compra compensa, especialmente após os últimos reajustes de preço dos aluguéis. Nos projetos das incorporadoras, porém, a elevação das taxas tem efeito mais difícil de compensar.

"As taxas (para pessoa física e jurídica) estão subindo na mesma proporção, mas a pessoa jurídica faz a conta do payback (retorno) do projeto", diz. Segundo Rocha Neto, esse efeito se dá não apenas nos empréstimos, mas também no financiamento ao setor pelo mercado de capitais: com juros mais altos, o investidor busca remuneração maior e se dispõe a pagar menos por uma cota de fundo imobiliário ou uma letra imobiliária, por exemplo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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