A alta moderada das bolsas norte-americanas e de ações ligadas a commodities metálicas ajuda o Ibovespa a abandonar a queda nesta sexta-feira, 4. Após cair 0,74%, na mínima aos 119.698,13 pontos, o Ibovespa retomou a marca dos 120 mil pontos pouco antes do fechamento deste texto, subindo de forma moderada.
O que impede o Ibovespa de avançar mais é o recuo principalmente dos papéis de grandes bancos, tendo como carro-chefe os do Bradesco, em meio a um cenário desafiador para a instituição, após a divulgação do balanço trimestral.
Além disso, as ações da Pebrobras cedem, mas já diminuíam as quedas. A empresa também informou seu balanço do segundo trimestre na quinta-feira, após o fechamento da B3.
Em teleconferência nesta manhã para comentar o balanço do Bradesco, o presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, disse que a instituição quer voltar aos níveis históricos de rentabilidade, próximos a 20%, mas que este processo será gradual.
As ações do Bradesco caíam em torno de 3,40% (PN) e de -2,00% (ON) às 11h25. Já os papéis da Petrobras diminuam a queda, fugindo das mínimas: PN tinha recuo de 4,28% e ON, de -2,04%.
Sergio Caetano Leite, da diretoria da Petrobras, afirmou que a estatal continuará com controle da dívida e compromisso de distribuir resultados.
"Como são dois papéis gigantes Bradesco e Petrobras, com pesos fortes no Ibovespa, os demais teriam de ter um desempenho muito bom para impedir a queda do índice", afirma Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Há pouco, o Ibovespa testou alta de 0,09%, na máxima aos 120.697,22 pontos, puxado principalmente por papéis ligados ao setor de metais, em meio a sinais de estímulos à economia chinesa, e ainda por conta de expectativas de mais queda da taxa Selic.
Nesta semana, o Copom do Banco Central cortou o juro básico de 13,75% para 13,25% ao ano, surpreendendo boa parte dos economistas. "A alta de ações de small Caps estão com bom desempenho. A curva de juros e o dólar caindo tendem a ajudar o Ibovespa", diz Lourenço, da Manchester.
Além de os investidores avaliarem o balanço da Petrobras, enquanto esperam a teleconferência da empresa, também monitoram os ruídos envolvendo a estatal. Em meio a dúvidas sobre eventuais reajustes nos preços dos combustíveis, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que não haverá intervenção na Petrobrás e que se o petróleo subir mais, haverá aumento.
Na quinta à noite, a Petrobras divulgou seu balanço do segundo trimestre - teve um lucro de R$ 28,7 bilhões. O resultado é 47% inferior ao registrado entre abril e junho de 2022.
O Bradesco encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 4,518 bilhões, ou seja, 35,8% menor que o do mesmo intervalo do ano passado, mas 5,6% acima do registrado no primeiro trimestre deste ano.
Mais cedo nos EUA saiu o tão aguardado payroll. A economia dos Estados Unidos criou 187 mil empregos em julho. O resultado ficou abaixo da mediana de expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 205 mil vagas. Já a taxa de desemprego dos EUA recuou para 3,5% em julho, ante 3,6% em junho. Em julho, o salário médio por hora teve alta de 0,42% em relação a junho, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%.
"Os ganhos salariais vieram acima das expectativas. O problema dos salários é que mantém o setor de serviços forte. No final, o resultado deve ser encarado como algo neutro/marginalmente negativo", avalia preliminarmente o analista Bruno Takeo, da Ouro Preto Investimentos, completando que, por ora, isso não altera a expectativa de manutenção dos juros americanos na reunião de setembro.
Às 11h38, o Ibovespa subia 0,22%, aos 120.848 pontos, ante máxima aos 120.990,22 pontos, em alta de 0,34%. Vale ON avançava 0,95% e Lojas Renner, que é mais ligada a ciclo econômico, ganhava 5,07%, puxando as maiores altas. Em Nova York, as bolsas subiam até 0,52% (Dow Jones).
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