Após cair para o nível dos 128 mil pontos, o Ibovespa reduziu a queda e recuperou a marca dos 129 mil pontos, em meio ao arrefecimento do recuo das bolsas norte-americanas e da virada para cima das ações da Petrobras. Em dia de agenda de indicadores esvaziada principalmente nos EUA, os investidores se concentram em buscar sinais da política monetária americana e do Brasil, em dia da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, os mercados estão um pouco cautelosos diante da espera por novos sinais que poderão reforçar as apostas de corte dos juros americanos neste ano.
Ao mesmo tempo, Spiess cita as expectativas divididas para o Copom de hoje. "Seria natural um tom mais firme no comunicado do Banco Central hoje", diz, ao se referir-se devido a eventos recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que têm elevado as incertezas fiscais, com a inflação e podem gerar dúvidas ante a política monetária.
Assim, grande expectativa interna é pela decisão do Copom, no início da noite, para a qual as projeções estão divididas. Atualmente a taxa Selic está em 10,75% ao ano, e as estimativas estão entre manutenção do recuo de meio ponto ou redução do ritmo a 0,25 ponto porcentual.
"A se confirmarem as projeções da vasta maioria dos investidores, o Comitê deverá confirmar a adoção de uma abordagem mais austera na política monetária. As declarações mais recentes de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) e as próprias expectativas reunidas semanalmente no Relatório Focus mostram a expectativa de uma desaceleração no corte dos juros", cita em relatório a Levante Investimentos.
Em relação ao noticiário de empresas, destaque para Vale e algumas empresas que divulgaram balanços.
A mineradora disse que tomou conhecimento pela mídia do pedido da Advocacia Geral da União (AGU) contra a companhia, a Samarco e a BHP, para pagamento de R$ 79,6 bilhões, e que irá se manifestar nos autos, após ser formalmente notificada. As ações da mineradora caem em torno de 0,70% nesta manhã, em dia de recuo de 2,91% do minério de ferro em Dalian, na China. Já o petróleo cai 1,00% e as ações da Petrobras, por sua vez, subiam perto de 0,80%.
Segundo o analista da Empiricus, não um fator a justificar o avanço, a não ser o boa avaliação do balanço da Prio, a poucos dias da divulgação do resultado trimestral da estatal, na segunda que vem.
A Prio reportou lucro líquido de US$ 224,048 milhões no primeiro trimestre de 2024, recuo de 3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, mas o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou US$ 467,018 milhões entre janeiro e março deste ano, uma alta de 33% na base anual.
Já Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes, superando a expectativa do Prévias Broadcast em 15,3%. Já o Ebitda ajustado, de R$ 6,534 bilhões, e a receita líquida, de R$ 20,276 bilhões, ficaram em linha. Ambev ON cedia 4,68%.
Em contrapartida, BRF ON subia sobe 12,79% depois que a companhia conseguiu reverter prejuízo e reportar lucro líquido de R$ 594 milhões no primeiro trimestre de 2024. Na esteira, Marfrig, que detém 50% do capital votante e total da BRF, avançava quase 7,77%.
O Ibovespa caía 0,05%, aos 129.143,57 pontos, ante recuo de 0,90%, na mínima aos 128.048,04 pontos e máxima aos 129.210,15 pontos, com variação zero. Ontem, fechou em alta de 0,58%, a 129.210,48 pontos.
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