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Aplicativo mostra a aparência de monumentos gregos há milhares de anos e o futuro da tecnologia

Os turistas que visitarem a Acrópole poderão testemunhar a solução de um dos debates mais acalorados do mundo sobre patrimônio cultural.Eles só precisam de um smartphone.Os visitantes agora podem ampliar as imagens do sítio arqueológico da Grécia antiga,

Derek Gatopoulos e Theodora Tongas, Associated Press (via Agência Estado)

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Escrito por Derek Gatopoulos e Theodora Tongas, Associated Press (via Agência Estado)
Publicado em 15.10.2023, 09:00:00 Editado em 15.10.2023, 09:08:23
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Os turistas que visitarem a Acrópole poderão testemunhar a solução de um dos debates mais acalorados do mundo sobre patrimônio cultural.

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Eles só precisam de um smartphone.

Os visitantes agora podem ampliar as imagens do sítio arqueológico da Grécia antiga, com uma sobreposição digital que mostra sua aparência original. Ela inclui uma coleção de esculturas de mármore removidas do Partenon mais de 200 anos atrás, que atualmente se encontram em exposição no Museu Britânico, em Londres. A Grécia exige sua devolução.

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Por enquanto, um aplicativo que conta com o apoio do Ministério da Cultura da Grécia permite que os visitantes apontem seus telefones para o templo do Partenon, e as esculturas reaparecem no monumento com a aparência que os arqueólogos imaginam que tivessem 2.500 anos atrás.

Outras características menos conhecidas também aparecem: muitas das esculturas na Acrópole eram pintadas em cores fortes. Uma estátua da deusa Atena na câmara principal do Partenon também ficava sobre um espelho dágua.

"Isso é realmente impressionante (...) a única vez em que vi esse tipo de tecnologia antes foi no dentista", diz Shriya Parsotam Chitnavis, uma turista de Londres, depois de usar o aplicativo em uma tarde quente no alto da Acrópole, o sítio arqueológico mais popular da Grécia.

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"Eu não sabia muito sobre (a Acrópole), e tive que ser convencida a subir até aqui. Ver isso deixou tudo mais interessante, ver em cores", conta. "Sou uma pessoa mais visual, e a interatividade ajudou muito a apreciar isto."

A restauração virtual funciona em qualquer lugar, e poderia poupar alguns visitantes da subida lotada e da longa espera para ver os icônicos monumentos de perto. Ela também pode ajudar na campanha do país para tornar as cidades gregas destinos turísticos durante o ano inteiro.

O turismo, essencial para a economia da Grécia, voltou com tudo desde a pandemia da COVID-19, mesmo com incêndios florestais expulsando os visitantes da ilha de Rodes e atingindo outras regiões no verão do hemisfério Norte. O número de turistas entre janeiro e julho aumentou 21,9% em relação ao ano passado, chegando a um total de 16,2 milhões, segundo o Banco da Grécia. A receita aumentou pouco mais de 20%, chegando a 10,3 bilhões de euros (R$54,8 bilhões).

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O aplicativo, chamado "Chronos" em homenagem ao mitológico rei dos titãs, que é também a palavra grega para "tempo", usa realidade aumentada (RA) para mostrar a impressão antiga do local na tela, acompanhando a visão do mundo real enquanto se caminha.

A RA está chegando aos consumidores após uma longa espera, e deve alcançar uma imensa gama de atividades profissionais e de lazer.

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Cirurgias, treinamento militar e manutenção de máquinas especializadas, assim como experiências de varejo e eventos ao vivo, estão na mira das grandes empresas de tecnologia, que apostam em um lucrativo futuro de serviços imersivos. Gigantes da tecnologia como Meta e Apple estão investindo em headsets de realidade virtual (RV) que podem custar milhares de dólares.

Os altos preços podem manter os celulares como a principal plataforma de entrega de RA aos consumidores por algum tempo, diz Maria Engberg, coautora do livro "Reality Media" (Mídia da Realidade) sobre realidade aumentada e virtual.

Ela diz que os serviços para turistas em breve oferecerão uma melhor experiência integrada, que permitirá mais opções de compartilhamentos dos passeios e a sobreposição de arquivos de foto e vídeo.

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"RA e RV estão ficando atrás de outras coisas como jogos e filmes que consumimos digitalmente", diz Engberg, professora associada de ciência da computação e tecnologia de mídias na Universidade de Malmo, na Suécia.

"Acho que veremos experiências de cliente realmente interessantes nos próximos anos, à medida que mais conteúdo de museus e arquivos for digitalizado", diz.

O Ministério da Cultura da Grécia e a autoridade nacional de turismo foram convertidos à tecnologia com atraso, mas também com entusiasmo. O popular jogo de videogame Assassins Creed Odyssey, que permite aos jogadores percorrerem a antiga Atenas, foi usado para atrair jovens viajantes da China para a Grécia com um concurso público de fotografia.

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A Microsoft fez uma parceria com o Ministério da Cultura dois anos atrás para lançar uma visita digital imersiva à antiga Olímpia, berço dos Jogos Olímpicos no sul da Grécia.

Lina Mendoni, ministra da Cultura, diz que as inovações aumentariam a acessibilidade dos antigos monumentos gregos, complementando a recente instalação de rampas e pavimentos antiderrapantes.

"A acessibilidade está se estendendo ao espaço digital", disse Mendoni durante um evento de pré-lançamento do aplicativo Chronos, em maio. "Visitantes reais e visitantes virtuais de qualquer lugar do mundo podem compartilhar conhecimento histórico."

O aplicativo gratuito foi desenvolvido pela Cosmote, uma provedora grega de telecomunicações, e os designers dizem que esperam aprimorar recursos já existentes, como uma guia virtual chamada Clio, alimentada por inteligência artificial.

"À medida que a tecnologia e as redes avancem, com maior largura de banda e latências mais baixas, os dispositivos móveis serão capazes de baixar conteúdo de qualidade ainda maior", diz Panayiotis Gabrielides, alto funcionário da empresa de telecomunicações envolvida no projeto.

As reconstruções virtuais com uso do Chronos também incluem três outros monumentos na Acrópole, um teatro romano adjacente e partes do Museu da Acrópole, construído ao pé da rocha.

(Contribuiu Petros Giannakouris, fotógrafo da AP em Atenas)

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