MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Apesar de desconforto com inflação nos EUA, dólar fecha praticamente estável

Em pregão morno e de liquidez moderada, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 4,9671, em baixa de 0,03%. Como nas sessões anteriores, as oscilações foram bem contidas, com variação de pouco menos de três centavos entre mínima a (R$ 4,9598) e a máxima (R$ 4

Antonio Perez (via Agência Estado)

·
Escrito por Antonio Perez (via Agência Estado)
Publicado em 16.02.2024, 18:41:00 Editado em 16.02.2024, 18:47:10
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Em pregão morno e de liquidez moderada, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 4,9671, em baixa de 0,03%. Como nas sessões anteriores, as oscilações foram bem contidas, com variação de pouco menos de três centavos entre mínima a (R$ 4,9598) e a máxima (R$ 4,9892). Segundo operadores, após ultrapassar a casa de R$ 4,95 nas últimas semanas, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar passou, segundo o jargão do mercado, a "andar de lado".

continua após publicidade

Pela manhã, a divisa até esboçou uma alta mais firme na esteira do avanço das taxas dos Treasuries e dos ganhos globais do dólar. Após a surpresa negativa com a inflação ao consumidor na terça-feira, 13, leitura acima da esperada da inflação americana ao atacado divulgada hoje lançou novas dúvidas em relação ao início e à magnitude de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) neste ano.

Já no começo da tarde, o índice DXY - que mede o comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes - perdia fôlego e operava em ligeira queda, na casa dos 104,200 pontos, após tocar 104,672 pontos na máxima. A moeda americana também recuava na comparação com a maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities em dia de alta do minério de ferro e das cotações do petróleo.

continua após publicidade

A alta das commodities, que ajudou o Ibovespa a renovar máximas à tarde, quando tocou os 129 mil pontos, também contribuiu para que o dólar encerrasse o dia com sinal negativo. Na semana, a divisa registrou leve alta (0,12%) semanal, o que levou a valorização acumulada em fevereiro para 0,60%. No ano, o dólar apresenta ganhos de 2,34% ante o real. Os dois principais pares latino-americanos da moeda brasileira, os pesos mexicano e colombiano, sofrem menos, com baixa inferior a 1% frente ao dólar. Já o peso chileno, cujo Banco Central se mostra mais incisivo no corte de juros, amarga queda superior a 10% em 2024.

"O mercado está neste morde e assopra diário, mas com um viés mais comprador. A inflação americana assustou e a tendência é de dólar ainda forte no exterior. Aqui, quando a taxa de câmbio se aproxima de R$ 5,00, grandes 'players' que formaram posição comprada lá atrás acabam vendendo para pôr lucro no bolso", afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Divulgado pela manhã, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em janeiro, acima do esperado (0,1%). O núcleo também desagradou, com alta de 0,5%, enquanto a expectativa era de 0,3%.

continua após publicidade

À tarde, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que ainda trabalha com a perspectiva de que o primeiro corte de juros básicos nos EUA ocorra no verão americano, entre junho e setembro. Em entrevista à CNBC, o dirigente disse esperar duas reduções da taxa básica até dezembro, mas não descartou a possibilidade de antecipar o relaxamento e de optar por promover três baixas na taxa básica até o fim de 2024.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, mantém, por ora, estimativa de "piso informal" da taxa de câmbio em R$ 4,72 no "curtíssimo prazo", mas ressalta que o adiamento do início de corte de juros nos EUA e a deterioração do fluxo cambial dão certa rigidez ao dólar, que se mantém acima de R$ 4,95. Dados da B3 mostram que no ano, até o dia 14, o saldo dos investidores estrangeiros na bolsa doméstica está negativo em US$ 14,023 bilhões. "O fluxo cambial ainda não ajuda e o diferencial de juros também é prejudicado pelo prolongamento da taxa dos Fed Funds no nível atual por mais tempo", afirma Velho.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Apesar de desconforto com inflação nos EUA, dólar fecha praticamente estável"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!