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Ao contrário da média internacional, China deve crescer

A forte recuperação da economia chinesa e o fato de o país asiático ser o principal comprador de produtos brasileiros não blindam o Brasil dos impactos econômicos negativos de uma segunda onda de covid-19 na Europa, alertam os especialistas. Enquanto, na

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.10.2020, 12:00:00 Editado em 16.10.2020, 12:07:28
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A forte recuperação da economia chinesa e o fato de o país asiático ser o principal comprador de produtos brasileiros não blindam o Brasil dos impactos econômicos negativos de uma segunda onda de covid-19 na Europa, alertam os especialistas. Enquanto, na média, a economia mundial deve recuar 4,4% este ano, e para o Brasil é esperada uma queda de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB), a China deve crescer 1,9%, segundo estimativa recente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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"O desempenho da economia chinesa em agosto surpreendeu positivamente", observa Lívio Ribeiro, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Os resultados de setembro do país serão divulgados junto com o PIB do terceiro trimestre que, nas suas contas, deve ter crescido 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, o resultado volta praticamente ao ritmo pré-covid.

Ribeiro diz que a recuperação da China tem sido bem rápida, em "V", e puxada principalmente pela retomada da economia doméstica e, em menor proporção, pelo crescimento global. O fato de a China estar andando mais rápido pode ser bom para alguns setores específicos, mas para economia brasileira como um todo não há um impacto positivo tão grande, afirma o economista. "A exportação é uma parcela pequena do PIB brasileiro", argumenta.

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Para o ex-secretário de comércio exterior Welber Barral, o aumento no número de novos casos de covid-19 na Europa deve prejudicar a recuperação da economia europeia e fazer com que o Brasil aumente sua dependência das exportações para a Ásia. Ele lembra que faz parte do plano de recuperação chinês o investimento expressivo em obras de infraestrutura e que a recuperação do mercado interno chinês é positiva para o Brasil. O governo do país também tem aumentado o incentivos para o consumo da população.

"Com a recuperação mais rápida da China, o País aumentou tanto o nível de estoques de grãos nos primeiros meses de pandemia quanto o de compra de minério de ferro agora. No longo prazo, concentrar as exportações em um mesmo comprador pode ser preocupante."

O economista Fabio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, faz coro com Ribeiro. Ele lembra que, apesar de o agronegócio brasileiro ter forte ligação com a China, o setor responde por 25% do PIB. "Temos dois mundos, o agronegócio que cintila e os outros 75% da economia que não conseguem sobreviver e precisam ter aporte do auxílio emergencial. Há uma conexão múltipla de negócios que será afetada com uma segunda onda de covid-19."

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Para Silveira, nenhuma economia anda sozinha. A China não conseguirá crescer 5% só apoiada em seu mercado doméstico. O economista diz que o país será afetado também, caso se confirme uma segunda onda da doença, e isso poderá ter reflexos no Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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