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Alta dos combustíveis deve adicionar até 0,6 ponto na inflação

O reajuste nas refinarias de 24,9% no preço do óleo diesel, de 18,7% da gasolina e de 16% do gás de botijão, autorizado pela Petrobras a partir desta sexta, 11, deverá aumentar entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual a inflação oficial do País, que, no ano, deve

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.03.2022, 08:30:00 Editado em 11.03.2022, 08:36:39
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O reajuste nas refinarias de 24,9% no preço do óleo diesel, de 18,7% da gasolina e de 16% do gás de botijão, autorizado pela Petrobras a partir desta sexta, 11, deverá aumentar entre 0,5 e 0,6 ponto porcentual a inflação oficial do País, que, no ano, deve passar da casa de 6%, de acordo com cálculos de economistas. O impacto deste reajuste no Índice de Preço ao Consumidor Amplo deve se concentrar neste mês e no próximo, elevando as projeções mensais de inflação, de março e abril, para algo mais próximo a 1%.

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Mas o estrago na vida real, especialmente para os brasileiros de menor renda, vai além do preço na bomba de combustível, onde o reflexo é imediato. "Basicamente, aumentos de diesel vão virar aumentos de preços da comida", afirmou o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira.

Como a maioria das cargas do País é transportada por caminhões movidos a diesel, a alta do combustível pressiona diretamente o custo do frete, que é repassado integralmente ao preço final da mercadoria. "Para um iPhone que custa R$ 13 mil, o frete no preço final é nada, mas para o tomate, alface, por exemplo, o tanque de diesel vale mais do que a carga", disse o economista.

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Isso significa mais pressão inflacionária no prato. Moreira observou que os alimentos responderam por mais da metade da inflação do IPC-Fipe de janeiro e fevereiro. Comida e o botijão de gás são itens de consumo básico e pesam mais no orçamento das famílias de menor renda.

Além da pressão indireta nos alimentos, Fábio Romão, economista da LCA Consultores, acrescentou outro efeito indireto: pressão nas tarifas de transporte. "Os mais pobres dependem do transporte público e comem em casa", afirmou. Com a pandemia, muitos reajustes de tarifas de transporte foram represados. Agora, com esse novo aumento no diesel, as pressões no transporte público devem crescer.

André Braz, coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, lembrou que o diesel subiu mais de 40% no ano passado e que a pressão de custo no transporte público vem de longa data.

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Espalhamento

O impacto que o reajuste do diesel e da gasolina provoca é muito maior do que parece à primeira vista porque ambos os produtos são preços de referência, ou seja, eles balizam outros reajustes e espalham inflação. "A Petrobras controla preços dos combustíveis, mas não controla preços de derivados, como resinas plásticas usadas na embalagem de defensivos, em tubos na construção civil, em peças para a indústria automobilística", afirmou Braz, apontando os inúmeros setores afetados pela alta do petróleo e combustíveis.

Fábio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, explicou que os combustíveis funcionam como preços que indexam outros preços. "Num primeiro momento, o impacto ocorre diretamente nos produtos de consumo imediato, como a gasolina, o gás, mas esse reajuste acaba contaminando os serviços também."

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Ele disse acreditar que as compras online, que deram um salto na pandemia, tenderão a ficar mais caras com o reajuste dos combustíveis. Outro possível desdobramento é o encarecimento da energia elétrica. Com a aproximação do período de seca, as termoelétricas movidas a diesel acabam sendo acionadas, o que pode encarecer a conta de luz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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