A disparada do preço do petróleo pelo maior crescimento da China e a continuidade de conflitos no Oriente Médio fez a defasagem dos preços praticados pelas refinarias brasileiras disparar em relação ao mercado internacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Nesta terça-feira, 19, o petróleo continua mostrando instabilidade, entre leves altas e baixas, cotado a US$ 86,78 o barril, voltando a patamares atingidos em novembro do ano passado.
Com a gasolina há 151 dias sem reajuste pela Petrobras, a diferença na comparação com os preços praticados no Golfo do México era de 19% na segunda-feira, 18, enquanto o diesel S10, sem reajuste há 84 dias, registrava preço 13% menor do que no exterior.
Segundo a Abicom, a estatal poderia aumentar os preços dos combustíveis em R$ 0,64 e R$ 0,52 o litro, respectivamente.
A maior refinaria privada do País, na Bahia, controlada pela Acelen, também está com os preços defasados, apesar de praticar reajustes semanais. Na Refinaria de Mataripe, os preços da gasolina e do diesel estão 12% mais baixos do que no mercado internacional, abrindo espaço para altas de R$ 0,39 e R$ 0,47, respectivamente.
De acordo com a Abicom, a janela para importação de gasolina está há 43 dias fechada, enquanto o diesel já registra 84 dias sem oportunidades de compra no exterior.
O aumento da defasagem dos combustíveis acontece em um momento em que o mercado redobra a atenção em relação à interferência do governo na companhia, que, após balanço divulgado de 2023 decidiu não pagar dividendos extraordinários, em decisão de seu Conselho de Administração.
Na semana passada, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a distribuição de dividendos da Petrobras, disse que não é possível atender "apenas à choradeira do mercado" e que tem compromisso com a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.
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