O uso de lenha residencial no País cresceu em 225 mil toneladas em 2022, ou 1% contra 2021, levando o consumo ao maior volume desde 2009. Segundo o Observatório Social do Petróleo (OSP), as famílias brasileiras consumiram 24,2 milhões de toneladas de lenha, resultado que está diretamente ligado à queda na demanda por gás de cozinha, cujas vendas caíram 1,8% no ano passado, o equivalente a 188 mil metros cúbicos.
A análise do OSP se baseia no Balanço Energético Nacional 2023, divulgado na quarta-feira, 28, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com os dados, o uso de lenha nas residências regrediu entre 2007 e 2013, mas voltou a crescer nos anos seguintes, atingindo seu maior patamar no ano passado.
"O consumo de lenha em 2022 é o maior desde 2009 e a demanda de GLP é a menor da década", afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais.
O estudo da EPE aponta que desde 2018 a lenha é a segunda fonte de consumo de energia nos lares no Brasil. Em 2022, representou 26% da matriz energética residencial. A eletricidade é a fonte mais utilizada, presente em 46% das residências do país. A terceira fonte de consumo é o gás de cozinha, que responde por 22% da matriz energética residencial.
Segundo ele, o principal responsável pela alta do botijão de gás liquefeito de petróleo de 13 quilos e sua substituição pela lenha residencial foi o aumento dos preços causado pelo PPI (Preço de Paridade de Importação), a política de cálculo dos combustíveis adotada pela Petrobras em 2016 e que chegou ao fim no mês passado.
"Desde o início do PPI, o uso de lenha pelos brasileiros aumentou 24%", informa Dantas.
O preço médio anual do botijão de gás de 13kg subiu 50% em termos reais desde 2016, chegando a R$ 112 na média real para o ano de 2022. Em 2016, o preço médio anual real era de R$ 74.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o preço médio na semana de 18 a 24 de junho era de R$ 103,29 por botijão.
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