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Alívio externo instiga recuperação do Ibovespa, mas riscos com guerra comercial persitem

O alívio nos mercados internacionais faz respingar nesta terça-feira, 8, a alta no Ibovespa, que fechou a segunda-feira com a terceira queda seguida em meio a preocupações de que a guerra comercial provoque uma recessão mundial. Os investidores buscam pec

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 08.04.2025, 11:42:00 Editado em 08.04.2025, 11:48:15
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O alívio nos mercados internacionais faz respingar nesta terça-feira, 8, a alta no Ibovespa, que fechou a segunda-feira com a terceira queda seguida em meio a preocupações de que a guerra comercial provoque uma recessão mundial. Os investidores buscam pechinchas, mas sem tirar os olhos da guerra comercial. Na véspera, o Índice Bovespa caiu 1,31%, aos 125.588,09 pontos.

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"É uma tentativa de recuperação, como vemos nos mercados internacionais", pontua Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

A alta é vista como uma correção e não uma tendência, diante das elevadas incertezas com os efeitos do tarifaço americano no mundo. Após cederem, os rendimentos dos Treasuries viraram para cima. Esse movimento é replicado parcialmente nos juros futuros, o que exerce influência negativa sobre algumas ações mais sensíveis ao ciclo econômico na B3. Já o dólar recua sutilmente, tendo a mínima alcançado R$ 5,8623.

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"Corrige um pouco, seguindo o exterior. Mas está todo mundo esperando dar 13 horas, vai depender de como a China responderá", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

As atenções hoje estão na China e nos Estados Unidos. O gigante asiático ameaçou novas retaliações, caso o presidente Donald Trump cumpra a promessa de seguir com a nova alíquota de 50% sobre as tarifas já previstas. Caso a China não retire a tarifa recíproca de 34% anunciada na semana passada, as sobretaxas comerciais podem chegar a 104%, incluindo os 20% aplicados em março pelos EUA por causa da exportação de fentanil. Trump deu até hoje, às 13h, para a China remover a tarifa, mas o país afirmou que tomará "contramedidas resolutas" caso a ameaça se concretize.

Para Spiess, a tentativa de recuperação das bolsas é natural depois de uma queda agressiva. "Historicamente tem uma recuperação depois de dias tão estressados", diz. Segundo ele, como foi paradigmática a correção que aconteceu ao longo dos últimos pregões nos EUA, isso provoca um certo grau de otimismo. "Temos alta do Ibovespa e queda do dólar. Pode ser um indicativo de uma distensão do estresse até aqui", estima.

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Apesar da correção observada, que permite uma tênue recuperação das principais bolsas, os fatores que causaram o nervosismo permanecem presentes, o que não sugere consistência na melhora, adverte Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. "Eventualmente, esse ápice das tensões comerciais leva parte do mercado a apostar que negociações devem começar a ocorrer a partir deste ponto", completa em nota o economista sênior da Tendências.

Além da alta dos índices acionários no exterior, o petróleo também avança e estimula as ações do setor na B3. Após ceder ontem em meio à pressão do governo para redução dos preços dos combustíveis, Petrobras subia entre 0,63% (PN) e 0,73% (ON), por volta das 11 horas. Já Vale virava para baixo (-0,58%). Hoje o minério de ferro fechou baixa de 3,48% hoje em Dalian.

Ontem, a Petrobras registrou ontem o menor valor de mercado desde setembro de 2023 e as ações caíram entre 5,575 (ON) e 3,97% (PN), mas não se manifestou. A Genial estima que os preços do diesel e gasolina estão 5% acima da paridade internacional.

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Ainda, os investidores avaliam o resultado do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras). Houve déficit primário de R$ 18,973 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central. Este é o melhor resultado para o mês desde 2022. O saldo foi menos negativo do que o apontado pela mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava déficit de R$ 26,250 bilhões.

Às 11h20, o Ibovespa subia 0,89%, aos 126.709,97 pontos, ante alta de 1,64%, na máxima aos 127.651,60 pontos, contra mínima de abertura em 125.588,09 pontos (variação zero). Vale cedia 0,38% e Petrobras tinha elevação em torno de 1,00%. Brava liderava o grupo das maiores altas, com 6,50%, seguida de CVC ON (4,40%). Já Magazine Luiza ON, o das perdas (-4,34%).

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