A Agricultura foi a única atividade com redução na média de empregados em 2023 ante 2022, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Na média do ano, que agora considera somente as respostas das primeiras visitas aos entrevistados, o grupo que reúne as atividades de agricultura, pecuária, pesca e aquicultura perdeu 361 mil empregados em 2023.
Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, isso está relacionado com o aumento da automação no campo, mas também com o encolhimento da agricultura familiar que, proporcionalmente, tem um bom número de pessoas ocupadas.
"Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas", disse Beringuy.
A pesquisadora do IBGE lembrou que a redução do emprego no campo vem a despeito dos bons números do setor, com recordes consecutivos de produção que, inclusive, chegaram a puxar o PIB do Brasil para cima.
"Não necessariamente veremos correspondência entre o resultado produtivo e o número de empregos. A agricultura e pecuária podem estar indo bem, mas o mercado de trabalho associado não caminhar na mesma direção", continuou Beringuy.
Outras atividades
Segundo o IBGE, o grupo de atividades que mais gerou emprego na média de 2023 na comparação com 2022 foi Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas, com mais 1,12 milhão de empregos.
Em seguida aparece a atividade de Administração Pública, Defesa, Seguridade, Educação e Saúde, com mais 765 mil vagas na média anual. Essas são atividades notadamente marcadas pelo serviço público, disse Beringuy.
A Indústria apresentou bom número de empregos gerados na média de 2023: mais 577 mil empregos em suas fileiras. Já o comércio, setor que mais emprega no Brasil, com 19,1 milhões de trabalhadores ao fim de dezembro, empregou mais 373 mil pessoas.
Já a Construção Civil empregou, na média, 178 mil empregos a mais do que em 2022.
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