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Agência Fitch decide rebaixar a classificação de crédito dos EUA

A agência de risco Fitch rebaixou ontem a classificação de crédito do governo dos Estados Unidos, citando o aumento da dívida federal, estadual e dos municípios e uma "deterioração constante nos padrões de governança" nas últimas duas décadas. A classific

Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)

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Escrito por Redação, O Estado de S. Paulo (via Agência Estado)
Publicado em 02.08.2023, 07:09:00 Editado em 02.08.2023, 07:13:27
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A agência de risco Fitch rebaixou ontem a classificação de crédito do governo dos Estados Unidos, citando o aumento da dívida federal, estadual e dos municípios e uma "deterioração constante nos padrões de governança" nas últimas duas décadas. A classificação foi reduzida em um nível, de AAA (a mais alta possível) para AA+. A nova classificação ainda está em grau de investimento.

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Conforme especialistas, a decisão mostra como a crescente polarização política e os repetidos impasses de Washington sobre gastos e impostos podem acabar custando caro aos contribuintes americanos. A classificação de crédito do governo havia sido rebaixada pela última vez, pela agência Standard & Poor's, em 2011, após impasse sobre o teto da dívida semelhante ao que ocorreu neste ano.

As classificações de crédito reduzidas ao longo do tempo podem aumentar os custos de empréstimos para o governo dos EUA. O Government Accountability Office, em um relatório de 2012, estimou que o impasse orçamentário de 2011 elevou os custos de empréstimos do Tesouro em US$ 1,3 bilhão (por volta de R$ 6,3 bilhões) naquele ano.

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Na ocasião, porém, o tamanho da economia dos EUA e a estabilidade histórica do governo americano mantiveram seus custos de empréstimos baixos, mesmo após o rebaixamento da Standard & Poor's.

A Fitch citou o agravamento das divisões políticas em torno dos gastos e da política tributária como um dos principais motivos de sua decisão. A agência disse que a governança dos EUA diminuiu em relação a de outros países que também têm classificação alta, e observou "impasses repetidos de limite de dívida e resoluções de última hora".

"Na visão da Fitch, houve uma deterioração constante nos padrões de governança nos últimos 20 anos, inclusive em questões fiscais e de dívida", disse o comunicado da agência de crédito. "Os repetidos impasses políticos sobre o limite da dívida e as resoluções de última hora corroeram a confiança na gestão fiscal."

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Recessão

Outro fator que pesou na decisão da Fitch foi a projeção de que a economia dos EUA entre em uma "recessão leve" nos últimos três meses deste ano e no início de 2024. Economistas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fizeram uma previsão semelhante em junho, mas a reverteram no mês passado e passaram a dizer que o crescimento diminuiria, mas uma recessão provavelmente seria evitada.

"Discordo veementemente da decisão da Fitch Ratings", disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen. "A mudança anunciada hoje (ontem) é arbitrária e baseada em dados desatualizados."

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Janet observou que a economia dos EUA se recuperou rapidamente da recessão causada pela pandêmica, com a taxa de desemprego perto de uma baixa de meio século e a economia se expandindo a uma taxa anual de 2,4% no trimestre de abril a junho. Um acordo para resolver um impasse sobre o limite de endividamento do governo em junho incluiu "mais de US$ 1 trilhão em redução do déficit e melhorou nossa trajetória fiscal", disse a secretária do Tesouro.

"A decisão da Fitch não muda o que os americanos, investidores e pessoas de todo o mundo já sabem: que os títulos do Tesouro continuam sendo o ativo líquido e seguro mais proeminente do mundo, e que a economia americana é fundamentalmente forte", disse Janet.

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Alerta

Marc Goldwein, vice-presidente sênior do Comitê Apartidário para um Orçamento Federal Responsável, disse que é improvável que o rebaixamento leve a um aumento acentuado nos custos dos empréstimos. No entanto, se houver mais rebaixamentos, disse ele, isso poderá comprometer a saúde fiscal do governo federal.

"O rebaixamento de hoje (ontem) deve ser um grande sinal de alerta para os EUA", disse. "Somos uma economia forte e um bom lugar para investir, mas isso pode não ser mais o caso se continuarmos no caminho atual." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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