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'A marca Brasil esbarra nas empresas'

Uma das lideranças à frente da articulação do setor empresarial para cobrar do governo medidas de combate ao desmatamento na Amazônia, a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, afirma que a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.07.2020, 07:03:00 Editado em 08.07.2020, 07:07:48
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Uma das lideranças à frente da articulação do setor empresarial para cobrar do governo medidas de combate ao desmatamento na Amazônia, a presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, afirma que a percepção negativa do País na área socioambiental pode causar "prejuízos reputacionais e ao desenvolvimento de negócios". Segundo ela, a "marca Brasil" esbarra nas empresas, mesmo quando estas adotam políticas sustentáveis.

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"Não existe uma empresa saudável em um ambiente em que a criminalidade grassa solta", disse ao Estadão/Broadcast, em referência ao desmatamento ilegal. "A marca Brasil esbarra nas empresas por mais que elas façam a coisa certa."

Iniciado há três semanas, o movimento resultou em uma carta enviada ao Conselho Nacional da Amazônia Legal, liderado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão. A seguir, os principais trechos da entrevista.

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O que acendeu o sinal amarelo e levou à elaboração da carta de presidentes executivos a Mourão?

O sinal amarelo foi não haver melhora em índices importantes como o desmatamento ilegal, ou a questão da grilagem, que aumenta na Amazônia. Não adianta falar que vamos atrair capital e passar o sinal correto se esses índices não mudarem. A Amazônia teve o maior desmatamento em dez anos e 99% foram ilegais. A marca Brasil esbarra nas empresas, por mais que façam a coisa certa.

No mundo pós-pandemia o compromisso com a sustentabilidade se tornará ainda mais importante?

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Está clara a relação da pandemia com a preservação da biodiversidade. Numa região como a Amazônia, produzir preservando e conservando a floresta é fundamental. É preciso pensar como os recursos da sociedade podem ser melhor direcionados para termos uma economia de baixo carbono e mais resiliente, não só à pandemia, mas a questões climáticas também.

A deterioração da imagem do Brasil na esfera socioambiental atrapalha?

Vemos com preocupação a percepção negativa da imagem (brasileira) em relação às questões socioambientais. As empresas signatárias da carta adotam boas práticas e querem ser reconhecidas por isso. Traz um potencial grande de prejuízo para o Brasil, não só reputacional, mas no desenvolvimento de negócios.

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Como os negócios podem ser prejudicados?

Não existe uma empresa saudável num ambiente em que a criminalidade grassa solta. Prejudica quando elas têm de estar sempre explicando que não apoiam o desmatamento. É preciso separar o joio do trigo. As empresas sérias querem fazer a coisa certa.

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Pesou o movimento de investidores estrangeiros ameaçando retirar recursos do País se não houver freio ao desmatamento?

O movimento desses investidores corrobora, mas a costura do comunicado veio antes. As empresas signatárias têm mercado lá fora. O investidor internacional é importante, assim como o consumidor, que tem um novo padrão. Investidores e empresas estão indo num sentido e não é aquele para o qual o desmatamento ilegal, a grilagem e o modelo retrógrado predador nos leva.

Na avaliação dos signatários da carta o ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, deve ser afastado da pasta?

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Não falamos do ministro para fazer a carta. Estamos distribuindo o comunicado para o presidente do Conselho da Amazônia, Toffoli (Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal), Maia (Rodrigo Maia, presidente da Câmara), Alcolumbre (Davi Alcolumbre, presidente do Senado) e para Aras (Augusto Aras, procurador-geral da República). O MMA não foi pensado como um dos destinatários.

Deixar o titular da pasta do Meio Ambiente de fora não é sintomático?

Não porque estamos falando sobretudo do bioma da Amazônia, que saiu da pasta dele.

Os empresários querem ter um representante no Conselho da Amazônia?

Estamos pedindo diálogo, mas a boa governança dos conselhos recomenda que não seja só governamental. O melhor formato é aquele em que se ouve a sociedade.

Duas empresas que assinam a carta, Vale e Eletrobrás, foram excluídas do portfólio do fundo soberano da Noruega por questões ambientais e de direitos humanos. O setor privado está fazendo o dever de casa?

Os signatários da carta têm de ter esses compromissos daqui para frente. Se a empresa assina está fazendo isso ou busca um freio de arrumação para ir nessa direção.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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