MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

À espera do 'carro voador', Eve pode começar a faturar em 2025 com sistema de navegação

Na semana de 21 de outubro, a Eve começou a preparar os céus dos grandes centros urbanos para a chegada do eVTOL (aeronave de decolagem e aterrissagem vertical elétrica), prevista para 2026. Em parceria com a empresa de táxi aéreo Revo, testou o sistema d

Elisa Calmon (via Agência Estado)

·
Escrito por Elisa Calmon (via Agência Estado)
Publicado em 04.11.2024, 15:07:00 Editado em 04.11.2024, 15:12:09
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Na semana de 21 de outubro, a Eve começou a preparar os céus dos grandes centros urbanos para a chegada do eVTOL (aeronave de decolagem e aterrissagem vertical elétrica), prevista para 2026. Em parceria com a empresa de táxi aéreo Revo, testou o sistema de gerenciamento de tráfego que vai automatizar a navegação para evitar "congestionamentos" e garantir a segurança da operação quando os "carros voadores" se tornarem realidade. O Vector, primeira fonte de receita da Eve, deve começar a ser comercializada em 2025.

continua após publicidade

Hoje em dia, a navegação de helicópteros, modelo que mais se aproxima dos eVTOLs, é feita de forma manual. O modelo atende a demanda até o momento. No entanto, a expectativa é de que, no médio a longo prazo, a chegada dos "carros voadores" aumente a movimentação nos céus dos grandes centros urbanos de forma significativa, criando a necessidade de automatizar a navegação.

"O Vector vai ajudar a escalar a mobilidade aérea urbana, com ganhos de produtividade e conectividade", segundo a vice-presidente de Gerenciamento de Programas e Operação da Eve, Alice Altíssimo.

continua após publicidade

A solução é "agnóstica", pois funciona em eVTOLs produzidos por outras fabricantes e também em helicópteros, o que cria uma oportunidade de negócio para a Eve.

Além dos operadores dos "carros voadores", a lista de potenciais compradores inclui, principalmente, provedores de serviços de mobilidade aérea urbana (UAM) e futuros aeroportos de eVTOLs, conhecidos como vertportos, segundo a executiva.

A comercialização do Vector, que pode também ser utilizado em helicópteros, será a primeira fonte de renda da Eve, que atualmente é uma empresa "pré-receita". A previsão é que o software comece a ser vendido na segunda metade de 2025, inaugurando a operação comercial da subsidiária da Embraer.

continua após publicidade

Teoria na prática

Para avaliar o desempenho do software, a Eve realizou testes entre 21 e 25 de outubro em parceria com a Revo. A companhia, que oferece viagens de helicóptero para driblar o trânsito de São Paulo, possui 50 encomendas de "carros voadores" da subsidiária da Embraer e vê espaço para o número aumentar.

Durante os testes, foram considerados diferentes cenários, como atrasos na partida e no destino, restrições de espaço aéreo e clima, além de desvios de rota para locais alternativos de pouso. O Vector permite uma melhor organização do tráfego aéreo ao mapear as melhores rotas e intervalos de pouso e decolagem, por exemplo. Na prática, isto ajuda a reduzir o tempo de viagem, o que se reflete em menores custos com combustível, e mais segurança nas operações quando comparado à operação manual utilizada atualmente.

continua após publicidade

O CEO da Revo, João Welsh, avalia que o desenvolvimento do ecossistema é essencial para viabilizar o uso do eVTOLs em grande escala. "O controle do tráfego aéreo é uma parte muito importante disso", afirma. "Já é complexo operar apenas com helicópteros, imagina em um mundo em que vão existir muito mais objetos voadores", complementa.

Custos

continua após publicidade

Para Welsh, como os dados ainda são preliminares, é cedo para quantificar esta economia, assim como para calcular o preço das viagens de eVTOL para os passageiros. No mercado especula-se algo em torno de US$ 100 dólares inicialmente, bem abaixo da média de US$ 450 cobrada pela Revo atualmente. As rotas oferecidas atualmente incluem o Aeroporto Internacional de Guarulhos e Fazenda Boa Vista e a Fazenda Boa Vista, condomínio de luxo localizado na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo.

"Teríamos que reduzir em quatro vezes. Acho que é possível, mas não será no dia que os eVTOLs começarem a voar", avalia o CEO da Revo, destacando que, como se trata de uma nova tecnologia, a operação demanda muitos investimentos iniciais. Contudo, Welsh pondera que com as economias oferecidas no médio e longo prazo, a expectativa é que o serviço se torne mais democrático gradualmente.

No ano passado, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o vice-presidente de serviços e soluções de operação da Eve, Luiz Mauad, afirmou que a viabilidade financeira para o usuário final é uma prioridade. A empresa calcula que o preço inicial de uma passagem de eVTOL corresponda a cerca de duas vezes o que é pago em uma viagem de carro por aplicativo para fazer a mesma jornada, podendo variar de acordo com cada cidade.

continua após publicidade

Carro voador

O cronograma da Eve prevê o início dos testes de voo do "carro voador" em 2025 e a entrada em serviço em 2026. Em julho de 2024, a empresa apresentou seu primeiro protótipo em escala real no último semestre durante o Farnborough Air Show, no Reino Unido. A carteira de pedidos da Eve soma US$ 14,5 bilhões, com encomendas de 2,9 mil eVTOLs feitas por 30 clientes distribuídos em 13 países.

Os fornecedores primários para a produção da aeronave já estão definidos. Além disso, no ano passado, bateu o martelo sobre a primeira fábrica. A cidade escolhida foi Taubaté, no interior de São Paulo. A proximidade com as instalações da Embraer, em São José dos Campos, foi uma das principais justificativas.

Para desenvolver a fábrica, a Eve contratou um financiamento de R$ 500 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Com uma produção total esperada para até 480 aeronaves por ano, a fabricante planeja expandir a capacidade de produção do local em uma base modular, em quatro fases de 120 aeronaves cada.

A Eve projeta que, até 2035, 450 eVTOLs estejam sobrevoando a cidade de São Paulo, com conexões em mais de 30 pontos.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "À espera do 'carro voador', Eve pode começar a faturar em 2025 com sistema de navegação"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!