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Trump prepara novas barreiras comerciais contra a China

ESTELITA HASS CARAZZAI WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente Donald Trump não quer perder tempo: dias depois de anunciar tarifas de importação contra o aço e alumínio, que têm o potencial de gerar uma guerra comercial global, o governo dos EUA prepa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.03.2018, 20:20:00 Editado em 16.03.2018, 20:20:09
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente Donald Trump não quer perder tempo: dias depois de anunciar tarifas de importação contra o aço e alumínio, que têm o potencial de gerar uma guerra comercial global, o governo dos EUA prepara para os próximos dias novas barreiras - dessa vez, contra a China.

O objetivo é mirar em um suposto roubo de propriedade intelectual americana, com medidas que incluiriam, além de tarifas, a redução de vistos para pesquisadores chineses, restrições a investimentos do país asiático nos EUA e ações na OMC (Organização Mundial do Comércio), conforme revelou o jornal "The New York Times". 

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Um rascunho das propostas foi apresentado nesta semana a Trump, segundo a publicação. A ideia é impor sobretaxas a US$ 30 bilhões em importações chinesas, valor estimado dos danos do roubo intelectual a empresas dos EUA. 

Mas Trump quer mais. 

Reduzir o déficit comercial com a China, que no ano passado chegou a US$ 375 bilhões, é uma obsessão do republicano -que o associa à perda de empregos e competitividade da indústria americana. 

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"Durante décadas, a América perdeu empregos e fábricas por causa de práticas comerciais injustas", afirmou, em evento recente. "E claro, o maior problema é a China."

O presidente também já declarou que é por causa do superávit comercial com os EUA, entre outros motivos, que a economia chinesa vai tão bem. "Quando você olha o quão bem eles estão indo, quantas pontes estão construindo, quantos jatos estão produzindo... Nós fizemos isso."

Em agosto do ano passado, o Escritório da Representação Comercial dos EUA iniciou uma investigação para apurar violações à propriedade intelectual do país pelo governo da China -que está prestes a ser divulgada. É com base nesse estudo que as eventuais tarifas devem ser estabelecidas.

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Segundo o New York Times, ao contrário das medidas contra o aço e alumínio, as ações de represália à China contam com a aprovação de boa parte da indústria americana e de conselheiros da Casa Branca, que entendem que o país asiático tem adotado práticas desleais no comércio global.

Há suspeitas, por exemplo, de que empresas chinesas estejam exigindo o compartilhamento de segredos industriais ou comerciais de americanos em troca de investimentos ou acesso ao mercado asiático. 

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No ano passado, um relatório do Departamento de Defesa também apontou que a presença chinesa no Vale do Silício, base das principais empresas de tecnologia dos EUA, deu acesso ao país a um know-how sobre tecnologias militares avançadas, e incrementou a participação da China na cadeia de suprimentos das Forças Armadas americanas.

Para Trump, a conduta da China "pode inibir as exportações dos Estados Unidos, privar os cidadãos americanos de uma remuneração justa por suas inovações, desviar empregos americanos para os trabalhadores na China, contribuir para o déficit comercial e prejudicar os serviços e a inovação americanos", segundo declarou ao autorizar a investigação.

Mas há preocupação com eventuais retaliações da China, como tem ocorrido no caso das tarifas anunciadas contra o aço e o alumínio. Autoridades chinesas já informaram que consideram sobretaxar produtos americanos caso as tarifas sejam aplicadas. O dano não seria pequeno: no ano passado, o país importou US$ 130 bilhões dos EUA.

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Dezenas de países continuam em negociações bilaterais com os EUA na tentativa de eliminar ou diminuir a imposição de tarifas ao aço e alumínio exportado para os americanos.

Segundo a secretária de imprensa dos EUA, Sarah Sanders, o governo tem conversado individualmente com "uma série de países". "Há alguma flexibilidade nesse processo", afirmou, nesta sexta (16).

A questão da segurança nacional, que fundamentou a imposição das tarifas, entrou na mesa de negociações como uma área em que os países "podem trabalhar juntos", de acordo com Sanders. Muitos expõem as parcerias com os EUA na área de defesa como um argumento a seu favor.

O Brasil está na fila: é o segundo maior exportador de aço aos Estados Unidos, e argumenta que o produto não concorre com o aço americano, já que é retrabalhado pelas indústrias do país.

Sanders afirmou que as negociações continuarão até o final da semana que vem -quando as sobretaxas começam a valer, conforme estabeleceu o ato assinado pelo presidente Trump.

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