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Para presidente da Coca-Cola, consumidor no Brasil ainda não reagiu

FERNANDO CANZIAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alfredo Rivera, presidente da Coca-Cola para a América Latina, diz que o mercado brasileiro está demorando para reagir depois da recente recessão. "A situação tem sido difícil, mas estamos há 76 anos no país”,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.03.2018, 00:45:00 Editado em 16.03.2018, 00:45:12
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FERNANDO CANZIAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alfredo Rivera, presidente da Coca-Cola para a América Latina, diz que o mercado brasileiro está demorando para reagir depois da recente recessão.

"A situação tem sido difícil, mas estamos há 76 anos no país”, diz. "Minha expectativa é que, com um novo presidente, haja um nível de confiança maior para que o consumidor volte ao mercado.”

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Com participação de 26% das vendas na região, o Brasil segue como prioridade nos investimentos da empresa, de R$ 3 bilhões ao ano nos últimos cinco anos.

Rivera espera que, em 2019, o novo governo aprove a reforma da Previdência e evite um cenário inflacionário à frente.

"Um candidato populista pode decidir que quer provar algo diferente, mas não creio que terá êxito.”

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Leia entrevista de Rivera à reportagem durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

Pergunta — A economia brasileira passa por uma recuperação cíclica, depois de cair mais de 7% durante a recessão. Isso pode ter fôlego curto sem a aprovação da reforma da Previdência e de mais ajustes nas contas públicas. Como a empresa sentiu a crise e qual a estratégia nesse cenário?

Rivera — A situação tem sido difícil, mas estamos há 76 anos no país e, nesse período, vimos muitas crises e muitos booms econômicos. A diferença agora é que queremos construir um negócio mais sólido para que, na próxima crise, não tenhamos a concentração de negócios que tivemos desta vez.

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O aprendizado mais importante ao longo dos anos na América Latina é que somos lentos em nos adaptar. Agora procurarmos fazer isso mais rapidamente para crescer em ambientes difíceis e assumir alguns riscos.

Eu acredito muito no Brasil, que tem potencial muito grande quando começa a crescer. Temos muitas oportunidades de diversificação, com refrigerantes, sucos, água e chás. Nossa estratégia também é diminuir custos tanto com investimentos em embalagens retornáveis quanto com a modernização.

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Qual foi o impacto da crise na companhia nesses dois anos de recessão?

Rivera — Nossa queda manteve-se em linha com a queda da economia. A boa notícia é que conseguimos manter o nível de emprego dentro das nossas fábricas, em 66 mil funcionários.

Mas há duas semanas estive aqui no Brasil, em Salvador, Belo Horizonte, Rio, Brasília e agora em São Paulo. Minha impressão é a de que o consumidor ainda não está reagindo, que não tem muita renda disponível para consumir. Vi pouca gente comprando.

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Se você fala com um cliente em um bar ou boteco, ele diz apenas que está um pouquinho melhor. Creio que isso vai demorar um pouco ainda. Minha expectativa é que, com um novo presidente, haja um nível de confiança maior para que o consumidor volte ao mercado.

Qual o seu nível de preocupação com as atuais candidaturas e resultados?

Rivera — O que entendi é que quem entrar no poder não terá alternativa, a não ser fazer reformas, especialmente a da Previdência. O déficit fiscal é de tal magnitude que uma crise detonaria um impacto muito forte, com inflação, e isso impacta o consumidor.

A impressão que tenho é que essas reformas serão aprovadas. Um candidato populista pode decidir que quer provar algo diferente, mas não creio que terá muito êxito.

Como avalia situação do Brasil e a estratégia da empresa em relação a outros mercados na América Latina? O Brasil pode ser um mercado imenso, mas vive de altos e baixos.

Rivera — O Brasil é o quarto mercado da companhia e o México, o segundo. Portanto, dois dos maiores mercados estão na América Latina. É muito importante para nós que os dois países tenham bons resultados.

O país tem que melhorar rapidamente seus resultados, mas não necessariamente com um crescimento em um ano. Estamos criando bases para que quando venha a próxima crise, tenhamos um impacto menor.

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