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País pode crescer 3% sem alta da inflação, afirma Meirelles

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) disse nesta quarta-feira (14) que o crescimento potencial da economia brasileira deve se estabilizar ao redor de 3% ao ano depois que as reformas promovidas pelo governo Michel Temer sur

Da Redação

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Publicado em 14.03.2018, 21:50:00 Editado em 14.03.2018, 21:50:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) disse nesta quarta-feira (14) que o crescimento potencial da economia brasileira deve se estabilizar ao redor de 3% ao ano depois que as reformas promovidas pelo governo Michel Temer surtirem efeito.

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Esse seria o crescimento possível sem pressões inflacionárias que obriguem o Banco Central a aumentar o juro básico (atualmente em 6,75% ao ano) para esfriar a economia. Meirelles participou do painel sobre o cenário econômico global.

Mais à frente, quando essa capacidade estiver ocupada, o efeito das reformas é que deve garantir um crescimento ao redor de 3% sem estouro da inflação.

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Segundo Meirelles, a demografia (com a diminuição de jovens no mercado de trabalho) nos últimos anos teria diminuído o chamado crescimento potencial do Brasil a 2,3%. "Mas reformas como a trabalhista, no ensino médio e a agenda microeconômica aumentaram esse potencial."

O ministro qualificou como "evidentemente negativa" a imposição de tarifas por Donald Trump para o alumínio e aço brasileiros, mas disse acreditar que o movimento vai acelerar a busca de acordos do Brasil com outros parceiros. "Não creio que retaliar seja a melhor coisa a fazer. Estamos esperando para ver o que os EUA propõem."

Para Meirelles, o pior seria o Brasil se fechar. "Nós nos protegemos por muito tempo e isso não foi necessariamente bom."

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Em painel que também discutiu a economia mundial, o ministro disse que sua preocupação é que os bancos centrais das economias desenvolvidas sejam compassivos demais com pressões inflacionárias e mantenham os juros perto de zero por muito tempo.

E que, depois, sejam obrigados a subir mais rapidamente as taxas para manter os preços sob controle. Ele ponderou que esse risco hoje parece pequeno.

O Fundo Monetário Internacional projeta neste ano em 3,9% o crescimento global, com EUA crescendo 2,7% e a zona do euro, 2,2%.

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NOVO PATAMAR

Hans-Paul Bürkner, presidente do Boston Consulting Group, disse que, embora muitos considerem o crescimento norte-americano e europeu ainda baixo, esse pode ser um novo patamar.

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"O rápido avanço que o mundo teve até antes da crise global de 2008 foi impulsionado por práticas financeiras que geraram a crise. Não devemos comparar algo [o crescimento atual] com o que não podemos repetir."

Outra conclusão do painel é que o crescimento mundial relativamente baixo deve ajudar os principais bancos centrais do mundo a manter as taxas de juro baixas.

"A crise anterior foi de endividamento das empresas, mas agora temos muita divida pública. Isso não é um problema desde que as economias cresçam de forma saudável", disse Andrés Velasco, ex-ministro das Finanças do Chile (2006 -2010).

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Já o economista Armínio Fraga disse que o problema maior da economia brasileira está no campo fiscal, com todos os governos, não só o federal, muito fragilizados.

Na avaliação dele, o quadro pode ser destravado por um novo governo com mandato para "arrumar as coisas". Disse ainda que o país precisa muito mais do que uma reforma previdenciária. "É [reforma da] Previdência, tributária e ainda tem aspectos trabalhistas, financeiros, regulatórios, mais educação, saúde, segurança. É tudo."

VOO DE GALINHA

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Em outro evento do fórum, o clima foi menos otimista. A conclusão dos participantes do debate sobre os cenários para o Brasil é de que ainda é cedo para comemorar a recente recuperação econômica brasileira e, sem reformas para conter o buraco nas contas públicas, a retomada será apenas um voo de galinha.

Segundo Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, os números positivos dos últimos meses são parte de um processo de recuperação cíclica que é normal após recessões profundas, como a vivida pelo Brasil entre 2014 e 2016.

"As bases [de comparação] são tão baixas que a recuperação é uma mudança de ciclo. Mas tem o risco de ela só tenha a duração do ciclo, o que uns podem chamar de voo de galinha. Por isso nem podemos co-memorar muito", afirmou Trabuco.

Segundo o executivo, sem reformas, as medidas para conter o déficit fiscal ""como a adoção de um teto para conter o crescimento das despesas do governo"" se tornarão insustentáveis. E isso, ressalta Trabuco, poderá levar a um questionamento sobre a capacidade de solvência do país.

"Teto do gasto público é algo muito importante, mas é uma carta de intenção. É um desejo", afirmou.

O governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB para a eleição presidencial de outubro, ressaltou que, se for eleito, a Reforma da Previdência seria uma prioridade: "Essas reformas precisam ser feitas no início, no primeiro ano de governo".

O jornalista Paulo Sotero, diretor do Woodrow Wilson Center, disse que a revisão das aposentadorias de funcionários do setor público é uma questão de justiça social. "Não é justo que a elite do setor público receba uma aposentadoria 10, 15 vezes maior que a dos funcionários do setor privado."

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