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'Não pode se esperar que setor privado substitua governo', diz presidente da Nestlé

ISABEL FLECK SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um debate em que nenhum dos participantes negou a necessidade de as empresas terem hoje um propósito social, além do lucro, o presidente do conselho da Nestlé, Paul Bulcke, alertou para o perigo de que isso tr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.03.2018, 17:25:00 Editado em 14.03.2018, 17:25:09
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ISABEL FLECK

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um debate em que nenhum dos participantes negou a necessidade de as empresas terem hoje um propósito social, além do lucro, o presidente do conselho da Nestlé, Paul Bulcke, alertou para o perigo de que isso transfira ao setor privado exigências sobre responsabilidades que são do governo.

"Você não pode esperar que o setor privado venha a substituir o governo. Precisamos discutir, envolvendo as várias partes da sociedade, para que cada um desempenhe o seu papel cabível", disse Bulcke, em um painel sobre "liderar negócios com propósito" no Fórum Econômico Mundial, em São Paulo, nesta quarta-feira (14).

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O presidente do conselho da Nestlé afirmou que as empresas podem, em temas como educação, "ajudar, induzir, discutir". "Mas o governo tem um papel a desempenhar", disse. "Não se deve achar que a iniciativa privada vá compensar as falhas da outra parte, porque aí você começa a ter uma dimensão bastante perigosa."

Bulcke, no entanto, reconheceu que a sociedade acredita que o "propósito fundamental para a existência de uma empresa mudou".

Gonzalo Muñoz, cofundador e CEO da TriCiclos, destacou a necessidade de o propósito -seja ambiental ou social- da empresa fazer parte de uma política interna de longo prazo. 

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"Se não pode acontecer uma vez e não acontecer mais. Pode depender de uma pessoa que liderava um departamento da empresa naquela época", observou. 

Para ele, é importante que o propósito entre "nos valores da empresa", com prática que podem incluir a remuneração dos funcionários de acordo com o que alcançam em termos de impacto social e ambiental.

Karina Saade, diretora de operações para a América Latina da administradora de fundos Black Rock, defende uma política interna de longo prazo, mas que considere o "aspecto coletivo" de seu público-alvo. "Embora o propósito não mude com o tempo, a manifestação relativa ao propósito vai mudar dependendo das necessidades da sociedade que você atenda", afirmou. É o caso, por exemplo, de empresas do setor de alimentos, como a Nestlé. Segundo Bulcke, o propósito de "aprimorar a qualidade de vida das pessoas", por exemplo, significa hoje algo muito diferente do que há alguns anos.

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"Temos outros parâmetros de nutrição e saúde e de estilo de vida, e isso reage junto com outras coisas. Temos que estar sempre pesquisando", disse.

Muñoz e a presidente da Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, destacaram a importância de ter também um propósito em relação aos funcionários.

Trajano citou ações internas de formação de funcionários, como a concessão de bolsas de estudo parciais. 

"Você pode ter um grande propósito, totalmente focado no seu cliente, no seu público-alvo, mas estar perdendo seu impacto interno. Já vimos isso acontecer com empresas que têm um propósito: elas se concentram no que vão entregar para os clientes, mas deixam passar o impacto sobre o empregado", disse Muñoz.

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