ESTELITA HASS CARAZZAI
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O governo dos EUA admitiu, nesta quarta (7), que alguns países, como Canadá e México, podem ser excluídos das tarifas de importação sobre aço e alumínio, anunciadas na semana passada pelo presidente Donald Trump.
"Há potenciais exclusões para o México e o Canadá e possivelmente outros países também, com base na segurança nacional", afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, durante entrevista.
O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA, seria um dos principais prejudicados com a alíquota de 25% sobre o aço importado, anunciada de surpresa por Trump no dia 1º. No caso do alumínio, a alíquota é de 10%.
A secretária, porém, não mencionou se o Brasil estaria entre as exceções.
A expectativa é que a assinatura da medida, com o detalhamento das tarifas, seja feita até o fim desta semana.
"Será feita [uma análise] caso a caso, país por país", disse Sanders.
O Brasil, assim como outros países, trabalha nos bastidores para tentar convencer os EUA a estabelecer exceções para determinados produtos. A alíquota, na prática, inviabilizaria a exportação de aço brasileiro ao país norte-americano a preços competitivos.
Outros países responderam mais agressivamente e ameaçaram retaliar produtos americanos caso as tarifas sejam confirmadas --caso da União Europeia, do Canadá e do México, alguns dos maiores parceiros comerciais dos EUA.
Os europeus, por exemplo, disseram que vão adotar medidas punitivas contra US$ 3,5 bilhões em produtos americanos, entre os quais motocicletas Harley-Davidson, jeans Levi's e uísque bourbon.
OPOSIÇÃO DA INDÚSTRIA
A medida de Trump também não foi bem recebida por parte da própria indústria dos EUA, que depende do material importado para produzir. Os setores de construção, automotivo, metalúrgico e petrolífero seriam alguns dos mais prejudicados com o aumento de custos. Economistas estimam que a medida causaria a perda de quase 180 mil empregos pelo país.
Apesar da reação negativa, Trump já afirmou que não irá voltar atrás. O argumento do republicano, que quer reduzir os déficits comerciais dos EUA, é que a medida está relacionada à segurança nacional -já que a produção de aço e alumínio seria essencial à indústria de defesa.
Trump defende que as tarifas iriam gerar empregos no setor siderúrgico nacional e proteger a indústria americana, no melhor estilo "América em primeiro lugar", seu bordão de campanha.
O anúncio das tarifas enfrentou oposição na Casa Branca e no próprio Partido Republicano. Nesta semana, o governo perdeu seu principal assessor econômico, o ex-presidente do banco Goldman Sachs Gary Cohn, que discordava das tarifas.
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