SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de crescer quatro meses consecutivos, entre setembro e dezembro de 2017, a produção industrial caiu 2,4% em janeiro, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (6).
Essa foi a maior queda desde fevereiro de 2016 (-2,5%).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, porém, a produção subiu 5,7%, em 12 meses acumula alta de 2,8%.
As expectativas em pesquisa da agência Reuters com economistas eram de queda de 1,9% na variação mensal e de alta de 5,85% na base anual.
Em janeiro, a queda na atividade industrial foi generalizada, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 24 ramos pesquisados.
A principal influência negativa veio da indústria de automóveis, que recuou 7,6% em janeiro, depois de ter crescido 9,1% em dezembro. Também contribuíram para a baixa metalurgia (-4,1%), produtos de borracha e de material plástico (-5,4%) e produtos alimentícios (-1,1%).
André Macedo, gerente da pesquisa, observa que o setor de veículos foi decisivo tanto para o crescimento da indústria em dezembro quanto para sua queda em janeiro. A indústria automobilística tem um forte efeito de encadeamento e afeta diversos ramos que produzem componentes utilizados nos automóveis, disse.
Por outro lado, os veículos exerceram a maior influência positiva na comparação com janeiro de 2017. O crescimento de 5,7% da indústria foi verificado em 20 dos 26 ramos industriais, e veículos registraram alta de 27,4%.
Macedo diz que o resultado de janeiro não pode ser considerado isoladamente, porque é influenciado pela produção forte de dezembro. O setor industrial continua apresentando características de recuperação de perdas do passado, mas uma recuperação gradual."
CATEGORIAS
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis mostrou a queda mais acentuada na comparação mensal (-7,1%) e eliminou parte da expansão de 9,8% acumulada nos dois últimos meses de 2017. Essa foi a taxa negativa mais intensa desde março de 2017 (-7,5%).
Os segmentos de bens intermediários (-2,4%) e de bens de capital (-0,3%) também recuaram no mês.
O único a crescer (0,5%) foi o setor de bens de consumo semi e não duráveis, segundo avanço consecutivo na comparação mensal.
SETORES
Entre os setores, a principal influência negativa na comparação mensal foi de veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,6%), devolvendo, assim, parte da expansão de 9,1% verificada no mês anterior.
Outras contribuições negativas relevantes sobre a indústria vieram de metalurgia (-4,1%) e de produtos de borracha e de material plástico (-5,4%).
Entre os cinco ramos que ampliaram a produção no mês, os desempenhos de maior importância foram registrados por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (21%), indústrias extrativas (2,2%) e bebidas (5%).
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