SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (5) que a inflação tem sido abaixo do esperado, mas que uma possível redução da taxa básica de juros, a Selic, somente será decidida na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
"O que posso dizer é que as últimas taxas de inflação de fato vieram mais baixas do que esperávamos, então a inflação continua baixa, e isso de fato veio surpreendendo todo mundo, inclusive o próprio Banco Central", disse Goldfajn em entrevista à rádio CBN.
Atualmente, a Selic está em 6,75%. Pesquisa semanal realizada pelo BC e divulgada nesta segunda mostra que o mercado financeiro espera que a taxa básica de juros se manterá no atual patamar até o fim do ano.
EUA
O presidente do Banco Central comentou ainda a medida anunciada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de instituir uma sobretaxa para importação de aço e alumínio, o que pode afetar empresas brasileiras.
"Não há um cálculo específico, mas se sabe que é prejudicial não só ao Brasil, mas ao mundo todo. Uma guerra tarifária, protecionismo no mundo todo. Comércio no mundo diminuindo vai ter impacto em todo o mundo. Isso afeta o Brasil no final das contas. Acho que é ruim inclusive para os Estados Unidos", afirmou Ilan em entrevista à rádio CBN.
O Brasil está entre os países que mais podem ser afetados pela tarifa porque é o segundo maior exportador de aço para os EUA.
O governo brasileiro vai aguardar o anúncio formal da cobrança adicional, esperado para esta semana, antes de ameaçar represálias ou recorrer a organismos como a OMC (Organização Mundial do Comércio).
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