MARIANA CARNEIRO E NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de investimento recuou, em 2017, ao mais baixo patamar desde 2000, início da série do IBGE, informou o instituto nesta quinta-feira (1º).
A proporção dos investimentos no PIB (Produto Interno Bruto) foi de 15,6%. Até então, a taxa mais baixa havia sido a de 2016 (16,1%).
No quarto trimestre, porém, os investimentos cresceram 2% frente ao trimestre imediatamente anterior. Mas a expansão também é resultado de uma base de comparação fraca, em razão dos efeitos da recessão.
No acumulado do ano, os investimentos fecharam em queda de 1,8%. Em relação ao quarto trimestre de 2016, a alta foi de 3,8%.
Os dados foram divulgados nesta quinta (1º) pelo IBGE, como parte do PIB (Produto Interno Bruto), que fechou o ano em alta de 1%.
Desde o terceiro trimestre de 2013, o investimento não apresentava resultado positivo. Neste período, a queda acumulada chegou a 30%.
A retomada tem sido impulsionada pelo crescimento da produção interna e da importação de bens de capital e pela produção de máquinas agrícolas.
De acordo com a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), porém, a recuperação ainda é restrita a investimentos em manutenção e modernização do parque industrial, que permanece com elevados índices de ociosidade.
"Mesmo com ociosidade, o empresário percebe que precisa investir para ganhar competitividade", comentou o presidente da entidade, José Velloso.
Principal componente da conta de investimento, a construção civil permanece puxando o indicador para baixo: com desempenho estável no quarto trimestre, o setor fechou o ano em queda de 5%.
Esse segmento sofre com o desemprego e a paralisação de obras após a descoberta do esquema de corrupção envolvendo empreiteiras pela Operação Lava Jato.
A taxa de poupança ficou em 14,8%, acima da do ano passado (13,9%).
INDÚSTRIA
A indústria registrou alta de 0,5% no trimestre e fechou o ano com estabilidade em relação ao ano anterior. Desde 2013, a indústria vem registrando quedas.
A indústria de transformação fechou o trimestre com crescimento de 1,5%, acumulando alta de 1,7% no ano.
A indústria extrativa, que reúne as indústrias do petróleo e da mineração, recuou 1,2% no quarto trimestre, mas fechou o ano em alta de 4,3%, beneficiada pela alta dos preços das commodities.
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