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Lucro do BB cresce 54,2% em 2017 com queda de provisão contra calote

DANIELLE BRANT SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco do Brasil viu seu lucro líquido ajustado —que exclui efeitos de receitas e despesas extraordinários— crescer 54,2% no ano passado, para R$ 11,1 bilhões, com redução da provisão contra calotes de clientes

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.02.2018, 14:45:00 Editado em 22.02.2018, 14:45:08
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DANIELLE BRANT

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Banco do Brasil viu seu lucro líquido ajustado —que exclui efeitos de receitas e despesas extraordinários— crescer 54,2% no ano passado, para R$ 11,1 bilhões, com redução da provisão contra calotes de clientes e aumento das receitas com prestação de serviços.

O banco, o maior do país em ativos, informou nesta quinta (22) que seu lucro líquido cresceu 82,5% no quarto trimestre, para R$ 3,188 bilhões.

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Paulo Caffarelli, presidente do BB, atribuiu o bom desempenho do banco público no ano à contenção de despesas e melhora do cenário de inadimplência no país, que possibilitou que o Banco do Brasil cortasse as provisões mantidas contra devedores duvidosos.

Em 2017, as reservas contra inadimplência de clientes caíram 19,9% na comparação com o ano anterior, para R$ 25,3 bilhões. Em um ano, a redução foi de quase R$ 6,3 bilhões.

"Trabalhamos muito a questão de como vai se formar o mix da carteira de crédito. Não crescemos em pessoa jurídica no ano passado, tínhamos safras ruins [de risco] e fizemos um clean up [limpeza] das operações com large corporate [grandes empresas]", afirmou Caffarelli. "É um trabalho focado que vamos fazer neste ano".

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A decisão de reduzir a provisão ocorreu mesmo com uma leve alta da inadimplência no banco na comparação anual. O BB encerrou 2017 com índice de atrasos acima de 90 dias em 3,74% —um ano antes, estava em 3,29%. Mas a trajetória é de queda, considerando o pico de 4,11% no segundo trimestre do ano.

O resultado do banco foi ajudado pelo crescimento de 9% das receitas com prestação de serviço, para R$ 25,9 bilhões. A receita com conta corrente cresceu 11,7% na base anual, enquanto a com administração de fundos avançou 26,5%.

O banco também enxugou despesas no ano passado. No ano passado, as despesas administrativas do banco caíram 3,1%, para R$ 31,8 bilhões. As despesas com pessoal recuaram 6,2%, para R$ 18,98 bilhões, com diminuição no quadro de funcionários (-1.461).

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O retorno sobre patrimônio líquido cresceu de 8,7% para 12,3%. "Não estamos satisfeitos com a rentabilidade. Nosso grande objetivo é reduzir o GAP que temos hoje com os outros competidores", diz. "Estamos felizes com o resultado, mas demos o primeiro passo. Outros passos vêm na sequência. Nós queremos reduzir drasticamente a distância que nós temos com nossos competidores."

CRÉDITO

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Assim como foi visto em outros bancos, o BB registrou queda na carteira de crédito. A redução foi de 3,8% em relação a 2016, para R$ 681,3 bilhões. No segmento pessoa física, a carteira ficou estável em R$ 187,4 bilhões.

O banco priorizou linhas consideradas mais seguras, como consignado, que cresceu 6,4% no ano, para R$ 67,5 bilhões. Também focou no crédito imobiliário, que avançou 6,4% em 2017, para R$ 44,6 bilhões.

"Somos o segundo maior aplicador de financiamento imobiliário no país, continuamos empenhados nisso. Não tem produto mais fidelizador do que financiamento imobiliário", afirma Caffarelli. O foco neste ano deve continuar nessas linhas de menor risco, e também no empréstimo pessoal e na linha de cartão de crédito.

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O financiamento de veículos recuou 27,5% em um ano, para R$ 14,8 bilhões. Mas o presidente do BB afirma que o banco mantém o foco no segmento. "Nós estamos construindo um modelo que julgamos ser o modelo do futuro. Nós financiamos veículos. Metade dos nossos financiamentos de veículos acontece por meio do celular", diz.

No crédito para empresas, o banco viu sua carteira de crédito diminuir 8,9%, para R$ 227 bilhões. Para médias e grandes empresas, a queda foi de 2,2%, para R$ 139,2 bilhões. No segmento de micro e pequenas empresas, o recuo foi de 31,5%, para R$ 47 bilhões.

"Muito que teve de redução da carteira se deu em função do volume de inadimplência que a gente teve lá atrás, perdas, e o próprio conservadorismo do banco em um cenário em que essas empresas são menos resilientes a uma crise do tamanho que foi a crise do país", diz Caffarelli.

Ele afirma que o banco busca atuar com as empresas que entende ter capacidade de pagamento. "Estamos fazendo um trabalho muito forte de ligar para associações de cartões de crédito, de filiação, que a gente possa ter neste sentido. E isso vai refletir a partir deste ano", complementa.

A expectativa é que o crédito para essas pequenas empresas volte a crescer no segundo trimestre do ano, afirma Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB. "Esperamos que atinja o patamar mínimo em março e comece a crescer, seguindo a mudança de mix implementada desde o começo do ano passado", diz.

Para Caffarelli, o cenário de retomada econômica deve fazer com que os bancos se tornem mais competitivos neste ano. "2018 vai ter uma retomada do crescimento, uma retomada do consumo. Então é natural que alguns bancos voltem para o jogo de uma forma mais competitiva. A gente está vendo isso no consignado, em micro e pequenas empresas", disse.

Em 2018, o banco espera lucro entre R$ 11,5 bilhões e R$ 14 bilhões. A projeção é de crescimento de 1% a 4% da carteira de crédito, puxado pelo segmento de pessoas físicas (avanço de 4% a 7%).

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