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Odebrecht busca R$ 3,5 bi, mas bancos oferecem R$ 1 bi

RAQUEL LANDIM SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com dificuldades para pagar suas dívidas neste ano, a Odebrecht S.A. negocia novo empréstimo com os bancos credores. As instituições só estão dispostas a oferecer R$ 1 bilhão, conforme dois banqueiros envolvidos

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.02.2018, 20:35:00 Editado em 14.02.2018, 20:35:09
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RAQUEL LANDIM

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com dificuldades para pagar suas dívidas neste ano, a Odebrecht S.A. negocia novo empréstimo com os bancos credores. As instituições só estão dispostas a oferecer R$ 1 bilhão, conforme dois banqueiros envolvidos nas conversas, mas a empresa pressiona por até R$ 3,5 bilhões.

Os bancos querem evitar um default da Odebrecht, mas não aceitam pagar toda a conta e insistem que a companhia também faça uma reestruturação completa de suas dívidas com os detentores de bônus no exterior. A Odebrecht resiste à exigência.

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Segundo fonte próxima à empresa, a intenção é pagar os bondholders para evitar fechar as portas no mercado externo, mas já começaram as sondagens com assessores financeiros porque pode acabar sendo necessário.

As conversas com os bancos começaram no início do ano e devem se estender por mais um mês. Os principais credores são Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander, mas também há estrangeiros.

A Odebrecht S.A. não divulga o valor das dívidas de curto prazo, mas há vencimentos próximos em vários negócios: Odebrecht Engenharia e Construção (OEC), Odebrecht Transport (OTP), do ramo de concessões de obras, no Estaleiro Enseada etc.

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Em abril, a OEC, coração dos negócios do grupo, tem de pagar uma amortização de R$ 500 milhões de sua dívida. O valor não é tão alto, mas o caixa está justo. Sem conseguir novas obras em razão da crise de reputação causada pela Lava Jato, a OEC queimou R$ 888 milhões de caixa em 2016 para continuar operando. Os dados de 2017 ainda não foram divulgados, mas as perdas prosseguiram.

A Odebrecht argumenta que há espaço para mais endividamento por causa da valorização das ações da Braskem. A fatia do grupo na petroquímica, que foi dada em garantia às instituições financeiras em 2016, valia cerca de R$ 9,5 bilhões. Hoje, segundo fontes da empresa, chega a R$ 14,5 bilhões.

Os bancos argumentam que naquela época já injetaram muito dinheiro no grupo para salvá-lo após a prisão do ex-presidente Marcelo Odebrecht. Foram R$ 7 bilhões, além de alongar uma dívida de R$ 10 bilhões da Odebrecht Agroindustrial.

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VENDA

A venda da Braskem poderia solucionar os problemas da Odebrecht, mas é uma operação delicada, por causa do complicado acordo de acionistas entre o grupo e a Petrobras.

Desde que recebeu recursos adicionais dos bancos em 2016, a holding vem vendendo ativos para pagar dívidas. O principal foi a Odebrecht Ambiental, braço de saneamento, repassado à canadense Brookfield por R$ 2,9 bilhões.

Segundo fontes da empresa, até agora já foram apurados R$ 7 bilhões na venda de ativos, mas a meta é conseguir R$ 12 bilhões. Os compradores estão inseguros, porque o grupo ainda não fechou acordos de leniência em vários países onde atua.

Em nota, a Odebrecht S. A. informou que "está em constante diálogo com bancos de seu relacionamento, a fim de encontrar, com determinação, pragmatismo e comprometimento, soluções para as suas questões financeiras".

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