DANIEL CAMARGOS E WÁLTER NUNES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sete ex-diretores do banco Panamericano foram condenados pelo juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo, por crimes financeiros, cometidos entre 2007 e 2010. À época o banco era controlado por Sílvio Santos. A instituição foi vendida para o BTG Pactual em 2011.
A fraude, segundo a decisão judicial, consistia na contabilização indevida de operações de cessões de crédito, induzindo ao erro sócios minoritários, investidores, o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários .
Segundo a decisão, baseada em balanço elaborado pela nova administração do Panamericano, a fraude alcançou cerca de R$ 1,6 bilhão em novembro de 2010.
fraudes
As investigações apontam que a fraude começou em 2006 na venda de carteira de créditos para outras instituições financeiras. O Panamericano vendia os créditos, mas continuava contabilizando como ativos. Outra fraude era o registro de negócios com valor superior ao real.
No ano seguinte, o Panamericano lançou ações na Bovespa. As fraudes no balanço fizeram com que a avaliação do mercado sobre as ações fosse positiva e a captação foi considerada um sucesso.
Em 2009, a Caixa Econômica Federal anunciou ter adquirido 35% do capital social do Panamericano (49% do capital votante e 20% do não votante) com planos de expandir o crédito imobiliário para a baixa renda.
"A aparência de regularidade financeira permitiu induzir em erro todos os que mantinham relacionamento com o Panamericano", afirmou o juiz na sentença.
Entre os condenados estão o ex-presidente do Conselho de Administração do banco Luiz Sebastião Sandoval (6 anos e 6 meses em regime inicial semiaberto), o ex-diretor superintendente Rafael Palladino (8 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado) e também o ex-diretor financeiro Wilson Roberto de Aro (12 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado).
O então chefe de contabilidade, Marco Antônio Pereira da Silva (2 anos de prisão em regime inicial aberto) e o ex-diretor de controladoria Cláudio Baracat Sauda (5 anos de prisão em regime inicial semiaberto). Já o ex-diretor de crédito Adalberto Savioli foi condenado a 6 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial semiaberto, e o ex-diretor jurídico Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, a dois anos de reclusão em regime inicial aberto.
Outros dez acusados foram absolvidos.
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