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Discriminação de gênero afeta 86% das jornalistas, diz estudo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pesquisa da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e do portal "Gênero e Número" com cerca de 500 jornalistas brasileiras mostra que 86% das entrevistadas dizem já ter passado por pelo menos uma situação de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.02.2018, 17:50:00 Editado em 08.02.2018, 17:50:12
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pesquisa da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e do portal "Gênero e Número" com cerca de 500 jornalistas brasileiras mostra que 86% das entrevistadas dizem já ter passado por pelo menos uma situação de discriminação de gênero no trabalho.

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Os resultados da pesquisa "Mulheres no Jornalismo Brasileiro", feita com jornalistas de 271 veículos do país, apontam para a presença de atitudes sexistas em relações às jornalistas dentro e fora das redações.

Entre as entrevistadas, 70% dizem já ter presenciado ou tomado conhecimento de assédio a colegas mulheres no ambiente de trabalho.

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Quase 60% afirmaram também ter sentido alguma vez que ser mulher lhes prejudicou na distribuição de tarefas, enquanto 39% viram barreiras para a obtenção de uma promoção.

A pesquisa afirma que "o mercado jornalístico mudou significativamente nas últimas décadas e a proporção de homens e mulheres nas redações se tornou mais equilibrada". Ainda assim, há desigualdades: 65% das entrevistadas disseram haver mais homens em cargos de poder (editores, coordenadores, diretores) em seus veículos do que mulheres.

Para Maiá Menezes, diretora da Abraji, o dado mais preocupante é o que diz respeito ao assédio das fontes no exercício do trabalho, "e o quanto isso pode dificultar a apuração de uma reportagem e constranger ou mesmo condicionar o acesso à informação", disse à "Gênero e Número".

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Cerca 70% das entrevistadas afirmam terem se sentido desconfortáveis com comentários sobre sua aparência recebidos durante o exercício da profissão -46,3% relataram "cantadas" vindas de colegas homens, 36,9%,  de fontes masculinas e 27,9% ouviram de um superior hierárquico.

CANAIS

Apenas 15%, no entanto, denunciaram à empresa situação de assédio ou machismo no ambiente de trabalho. Das entrevistadas, 30% disseram que seus veículos possuíam canais para receber e responder às denúncias.

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"Acho que há alguns canais, e há a possibilidade de diálogo com compliances [controle de conduta] de empresas. A própria Abraji poderia abrir canais por meio dos quais seja possível receber denúncias de que o assédio estaria obstruindo o acesso à informação jornalística", sugere Menezes.

O estudo recomenda que os veículos produzam cartilhas para funcionários e colaboradores definindo o assédio cometido por uma fonte e indicando os procedimentos a serem adotados pelas repórteres quando forem vítimas desses atos.

Recomenda ainda que as redações criem um canal de comunicação interno para que vítimas de abuso e assédio possam fazer denúncia formal.

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