ANAÏS FERNANDES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Twitter divulgou nesta quinta-feira (8) o primeiro lucro líquido de sua história, impulsionado, sobretudo, pelo aumento das vendas de anúncios em vídeo.
A empresa registrou lucro líquido de US$ 91,1 milhões no quarto trimestre de 2017, revertendo prejuízo de US$ 21 milhões nos três meses anteriores e de US$ 167,1 milhões no quarto trimestre de 2016.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no quarto trimestre de 2017 foi de US$ 308 milhões.
A receita também aumentou, 2%, em relação ao ano anterior, para US$ 731,6 milhões.
Com o resultado, as ações da rede social subiam quase 15% às 16h (horário de Brasília).
A empresa disse esperar "ser GAAP [Generally Accepted Accounting Principles] rentável para o ano completo de 2018", em referência a princípios contábeis comumente aceitos.
"O resultado que vemos agora é reflexo de uma estratégia que o Twitter vem adotando desde o final de 2016 para refinar e simplificar a plataforma, tornando a experiência mais intuitiva e fácil para o usuário", afirma Fiamma Zarife, diretora geral do Twitter Brasil.
Sem revelar números, ela conta que o Twitter no Brasil registrou recorde de receita no ano passado, desde que chegou ao país, em 2013.
Uma das principais novidades anunciadas pela rede em 2017 foi o aumento do limite de 140 para 280 caracteres por postagem. O argumento para a mudança é a facilidade, permitindo que usuários postem mais rapidamente, sem se preocupar tanto com edições para se enquadrar no tamanho permitido.
"O Twitter é sobre instantaneidade, não sobre caracteres. E há um público que agora consegue se expressar de maneira mais fácil e confortável", diz Zarife.
Outras mudanças, ela destaca, foram o aumento da velocidade na repercussão de notícias e melhorias no sistema de notificações e na aba "explorar".
Com as mudanças, o número de usuários ativos diariamente subiu 12% no último trimestre de 2017. O crescimento de usuários ativos mensais no período, no entanto, subiu menos (4%) em relação ao ano anterior.
Foram 330 milhões de usuários ativos mensais no período. Os analistas esperavam, em média, 332,5 milhões de usuários, de acordo com a empresa financeira e de dados da FactSet.
A contagem dos usuários é observada de perto pelos investidores como um sinal do futuro potencial de vendas de anúncios.
"O que entregamos para o mercado publicitário, outro público estratégico, é um crescimento de audiência, e uma audiência única, qualificada", diz Zarife.
O Twitter disse que o uso foi prejudicado pela fraqueza sazonal e por uma mudança que a Apple fez no seu navegador Safari, que reduziu a conta dos usuários em 2 milhões. O Twitter havia alertado os investidores sobre os dois fatores em outubro.
Recentemente, reportagem do "The New York Times" mostrou como uma empresa "turbinava" perfis de atletas e astros da TV com contas falsas na rede social.
Em uma carta a acionistas, o Twitter disse que intensificou os esforços para reduzir spams, contas automatizadas conhecidas como "bots" e usuários falsos.
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