RICARDO BALTHAZAR
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pessimismo dos brasileiros com a economia diminuiu nos últimos meses e atingiu em janeiro o nível mais baixo verificado nos últimos três anos, segundo o Datafolha.
Os números estão longe de indicar um surto de otimismo na população, mas sugerem que sua confiança na capacidade de recuperação da economia após três anos de recessão é crescente.
A melhoria de expectativas foi mais acentuada nas projeções que as pessoas fazem para o poder de compra dos seus salários, um reflexo da queda da inflação e da recuperação do mercado de trabalho.
Segundo o Datafolha, 37% dos brasileiros acham que seu poder de compra vai diminuir nos próximos meses. Há um ano, 59% pensavam dessa maneira. Para 22%, o poder de compra irá aumentar.
As estatísticas mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o desemprego está caindo e a renda dos trabalhadores tem se recuperado lentamente.
O Datafolha entrevistou 2.826 pessoas em 174 municípios do país, na segunda (29) e na terça-feira (30).
A preocupação com o custo de vida ainda é grande, apesar da queda acentuada da inflação nos últimos meses, mas também está diminuindo, de acordo com a pesquisa.
Para 55% dos brasileiros, a inflação vai aumentar nos próximos meses. Outros 12% acham que ela vai diminuir e 28% apostam que ela ficará como está.
Em julho de 2016, pouco depois do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e da posse do presidente Michel Temer (MDB), 60% acreditavam que a inflação ia subir.
Mas o aumento das taxas básicas de juros fixadas pelo Banco Central e a recessão econômica fizeram a inflação cair rapidamente. No ano passado, ela ficou abaixo da meta estabelecida pelo governo.
Segundo o Datafolha, também diminuiu o número de brasileiros que preveem uma piora no mercado de trabalho. Há um ano, 67% achavam que o desemprego ia aumentar. Hoje, 47% pensam assim.
Apesar da melhora nas expectativas, o levantamento mostra que as pessoas ainda parecem ver com cautela o futuro.
Apenas 23% acreditam que o desemprego vai diminuir nos próximos meses, e 26% acham que ele continuará como está. Para 38%, o poder de compra dos salários também continuará igual.
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