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Desemprego encerra 2017 em 11,8% em ano marcado pela informalidade

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa desemprego no país fechou o último trimestre de 2017 em 11,8%, divulgou o IBGE nesta quarta-feira (31). Com isso, a taxa média anual passou de 11,5% em 2016 para 12,7% em 2017, a maior da série his

Da Redação

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Publicado em 31.01.2018, 10:15:00 Editado em 31.01.2018, 10:15:12
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LUCAS VETTORAZZO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa desemprego no país fechou o último trimestre de 2017 em 11,8%, divulgou o IBGE nesta quarta-feira (31). Com isso, a taxa média anual passou de 11,5% em 2016 para 12,7% em 2017, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

O índice oficial de emprego, medido pela pesquisa Pnad Contínua, sofreu queda em relação ao trimestre encerrado em setembro, quando a taxa esteve em 12,4%.

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O país fechou 2016 com uma taxa de 12% –taxa que em período equivalente do ano passado foi 0,7 ponto percentual maior.

No acumulado do ano passado, o país teve 12,3 milhões de pessoas desocupadas, que são desempregados em busca de recolocação. Esse contingente caiu 0,3% frente a 2016, ou 31 mil pessoas a menos.

A desocupação no país vem em trajetória de desaceleração. A melhora ao longo do ano, contudo, foi apoiada principalmente na geração de vagas informais de trabalho.

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O emprego com carteira assinada, tradicionalmente protegida pelas leis trabalhistas, deu lugar às posições sem carteira ou de trabalho por conta própria, que são pequenos empreendedores ou autônomos. Esses postos são considerados de menor qualidade e segurança.

O país fechou 2017 com 92,1 milhões de pessoas ocupadas, alta de 2%, ou 1,8 milhão de pessoas em relação a 2016.

Não houve grandes mudanças de tendência na passagem do trimestre encerrado em setembro e no terminado em dezembro. O país manteve trajetória de queda no número de desocupados e de aumento dos ocupados, que são as pessoas que de fato possuem emprego.

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A Pnad Contínua é pesquisa de abrangência nacional do IBGE, que registra trabalhos formais e informais em todo território do país.

As vagas com carteira assinada em 2017 somaram 33,3 milhões, queda de 2%, ou 685 mil pessoas a menos em relação ao verificado em 2016.

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Na outra ponta, trabalhadores por conta própria somaram 23,1 milhões de pessoas, alta de 4,8% em relação a 2016, ou 1,7 milhão de pessoas novas nessa condição. Trabalhadores sem carteira tiveram alta de 11,1%, ou 598 mil pessoas a mais, tendo registrado alta de 5,7% em relação ao ano imediatamente anterior.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, ressaltou que, de 2014 a 2017, o país perdeu muitos postos de trabalho, sobretudo os formais. "O número de trabalhadores com carteira assinada, que já chegou a 36,6 milhões em 2014, agora ficou em 33,3 milhões. Em três anos, perdemos 3,3 milhões de postos de trabalho com carteira".

O rendimento médio da população não sofreu grandes alterações na passagem de 2016 para 2017. O indicador fechou o último trimestre do ano passado em R$ 2.154, alta de 1,6%, ou de R$ 34, na comparação anual.

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Entretanto, em relação a 2014, ano em que se observou o maior rendimento da série (R$ 2.142), o quadro foi de estabilidade.

"Além da inflação baixa registrada em 2017, a saída de pessoas com rendimentos mais baixos deveria elevar a média do rendimento, mas, como também houve queda entre as populações que ganham mais, o rendimento em 2017 ficou no mesmo patamar do de 2014", concluiu Azeredo.

O aumento da quantidade de pessoas empregadas no Brasil fez crescer a chamada massa de rendimento real, também conhecida como massa salarial, que somou R$ 193,3 bilhões no último trimestre de 2017, alta de 3,6% em relação a igual período de 2016.

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SETORES

Empurrado pelo fenômeno da super safra no primeiro semestre, o setor agrícola puxou a geração de novas vagas no início do ano. Já no fim do segundo semestre, contudo, a situação se inverteu e o segmento foi responsável pela maior queda no número absoluto de vagas.

No intervalo de um ano entre o último trimestre de 2016 e 2017, 459 mil vagas foram fechadas no setor de agricultura e pecuária.

Esse saldo na indústria, por exemplo, foi de geração de 527 mil novos postos, alta vista também no segmento de comércio e reparação de veículos, com geração de 219 mil postos.

A construção civil, que ainda se ressente da falta de investimento e do alto endividamento da população, fechou 133 mil vagas no intervalo de um ano encerrado no último trimestre de 2017.

"Parte desses postos foram compensados em grupamentos que têm um processo de inserção mais voltado para a informalidade, como comércio, outros serviços e alojamento e alimentação", explicou Azeredo.

O segmento que mais cresceu (+11,1%) foi o de alojamento e alimentação. "Você pode ficar sem comprar, sem viajar, sem reformar a casa, mas sempre terá que se alimentar. Por isso, quando as pessoas ficam sem emprego, migram para esse setor, pois é nele que se abrem oportunidades", disse Azeredo.

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