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Siderúrgicas negam ser contrárias à importação de aço e criticam Fazenda

MARIANA CARNEIRO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Insatisfeito com as críticas que vêm recebendo de parte do governo e do empresariado, o setor siderúrgico afirma que não é contra a importação. Ao pedir que o governo levante barreiras ao aço que vem de China

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 17.01.2018, 08:30:00 Editado em 17.01.2018, 08:30:05
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MARIANA CARNEIRO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Insatisfeito com as críticas que vêm recebendo de parte do governo e do empresariado, o setor siderúrgico afirma que não é contra a importação. Ao pedir que o governo levante barreiras ao aço que vem de China e Rússia, o setor afirma combater a concorrência desleal.

"A importação faz parte do jogo, desde que dentro das regras de comércio", afirmou Marco Polo de Melo Lopes, presidente do Aço Brasil (associação que reúne as siderúrgicas).

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"Este produto pode ser importado do Japão, Índia, EUA, Coreia do Sul, é uma commodity. China e Rússia foram pegas na contravenção, com práticas desleais".

As siderúrgicas pedem que o governo levante medidas antidumping, que encareceriam o preço do aço importado por estes países. Investigação feita pelo Decom (Departamento de Defesa Comercial) no ano passado concluiu que empresas chinesas e russas venderam aço mais barato no Brasil, o que prejudicou a indústria brasileira entre 2013 e 2015.

A decisão sobre a barreira de proteção será dada nesta quinta-feira (18) pela Camex (conselho que reúne oito ministérios).

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Nesta terça-feira (16), o ministro Blairo Maggi afirmou o Ministério da Agricultura votará contra a proteção ao aço brasileiro, por temer retaliações da China.

"Há um problema com a indústria, mas o meu problema é a agricultura", afirmou. "Na China tudo é interligado, então no momento em que o Brasil colocar proteção no aço aqui, isso vai prejudicar o agronegócio lá. E o meu negócio é defender o agronegócio."

Setores consumidores de aço, como fabricantes de veículos, de máquinas e de eletrodomésticos temem os efeitos de alta de preços da matéria-prima no Brasil.

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Estudo do Ministério da Fazenda –contrário à proteção– afirma que o impacto seria de 0,09%, o que poderia fazer com que eletrodomésticos pudessem subir até 3%. Já estudo do núcleo econômico da Camex vai na direção oposta e aponta um impacto quase nulo, de 0,0008% sobre os preços internos.

Marco Polo afirma que a análise técnica do Decom foi feita e que as críticas da Fazenda são "conceituais".

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"Já ouvi na Fazenda que antidumping não deveria existir. É um pessoal que vive fora do mundo real, não sabe o que é China e o que são práticas predatórias. Empresas desaparecem por competição desleal", afirma o executivo.

O representante do setor siderúrgico argumenta que, com a sobreoferta de aço no mundo, em razão do menor crescimento econômico global, os países estão aproveitando para despejar produtos nos países que não se protegem.

"Mandamos uma sinalização muito ruim para o mundo, e acho que seria o enfraquecimento da nossa defesa comercial", afirma. "Ressaltamos que a Camex são oito representantes. Imaginar que posição da Fazenda ou Agricultura represente uma tomada de decisão, não precisaria do conselho."

A Camex também é integrada por representantes dos ministérios do Planejamento, Casa Civil, Transportes, secretaria-geral da Presidência e Indústria e Comércio Exterior.

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