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Prédios da economia digital usam reciclagem para cortar gastos

MARA GAMA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Além de assuntos, ritmos e dos perfís de grande parte de seus funcionários, escritórios de algumas das maiores empresas de tecnologia de São Paulo têm um outro fator em comum. Sem muito alarde, circulando pelos elev

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.01.2018, 20:20:00 Editado em 15.01.2018, 20:20:05
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MARA GAMA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Além de assuntos, ritmos e dos perfís de grande parte de seus funcionários, escritórios de algumas das maiores empresas de tecnologia de São Paulo têm um outro fator em comum.

Sem muito alarde, circulando pelos elevadores de serviço no contraturno e com estações de tratamento nas garagens, os prédios que os abrigam adotaram sistemas de gestão ambiental de resíduos.

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Por causa da quantidade de lixo gerado, edifícios como o Infinity Tower (que abriga o Facebook e a Apple), Pátio Victor Malzoni (Google) e o Eldorado Business Tower (LinkedIn) têm de contratar empresas de coleta específicos.

Com a filtragem dos recicláveis e do lixo orgânico, esses prédios diminuiram o volume diário de rejeitos a ser transportado por essas empresas, o que fez cair o preço do serviço. Com a venda de papel, plásticos e demais recicláveis para as recicladoras, geram algum recurso, ou pelo menos desconto em serviços similares. Usando os resíduos orgânicos em processos de compostagem, obtém adubo para hortas urbanas, telhados verdes e jardins.

A empresa que implantou e mantém a gestão de resíduos nesses edifícios é a Arueira Ambiental. Fundada em novembro de 2015, cuida também shoppings, como o Eldorado, o Center Norte e o Lar Center, colégios como o Dante Alighieri, e edifícios corporativos como o Cetenco, onde fica o restaurante Spot, na avenida Paulista. No Rio, gerencia o edifício Le Monde e, em Manaus, o shopping Manauara. No seu contador positivo, desde o seu nascimento, já reciclou mais de 2.500 toneladas de resíduos.

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"No Shopping Eldorado, reciclamos cerca de 45% do total gerado e no edifício Infinity, onde realizamos o processo completo de reciclagem, com triagem, separação, compostagem e horta, chegamos a 82% de todo o resíduo", afirma André Mantovani, um dos sócios da empresa.

A Arueira oferece vários tipos de projeto, desde o desenho de um sistema de coleta simplificado até aqueles que incluem o processo de reciclagem completo.Também dá treinamento para os funcionários dos estabelecimentos para a correta gestão dos resíduos.

Com faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2017, a empresa espera dobrar de tamanho em 2018. Estão em desenvolvimento três novos projetos na capital paulista: dois shoppings da Zona Norte e um edifício comercial na região da Paulista. "Planejamos formar equipes no Rio de Janeiro, Goiânia e Porto Alegre, replicando o modelo como uma franquia", diz.

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O potencial desse nicho de mercado é "enorme", segundo Mantovani, que divide a direção da empresa com Rui Signori. "Percebemos que está crescendo a conscientização ambiental".

Mantovani atribui o crescimento também à pressão da exigência legal de que grandes geradores contratem empresas de coleta específica. Em São Paulo, a regra vale para estabelecimentos que produzem volume superior a 200 litros por dia ou para os condomínios comerciais e mistos (empresariais e residenciais) que produzam mais de 1.000 litros/dia.

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O empresário considera não ter concorrentes atualmente. "Há empresas de consultoria e diagnóstico de problemas e soluções. Mas a Arueira participa da implantação, do desenvolvimento e da manutenção dos projetos, com orientações para cuidados de hortas e treinamentos para os funcionários", diz.

"Queremos difundir e propagar essa prática de tratar o resíduo como matéria-prima, destinando o orgânico para a agricultura e o seco para a indústria e, ainda, diminuir o impacto ambiental gerado em grandes cidades".

COMPROMISSO

O formato de implantação de um projeto do tipo depende da configuração do edifício. Primeiro é feita uma análise do ambiente, verificando se há restaurante, quais os tipos e volumes de resíduos gerados, número de funcionários, layout e logística requerida. Depois do diagnóstico, começa o desenvolvimento.

Para que um projeto do tipo comece, é necessário, primeiro, que os gestores entendam os benefícios financeiros e ambientais, considera Mantovani. Para que dê certo, é essencial o envolvimento dos funcionários.

Mantovani acredita que a gestão ambiental deve ser cada vez mais comum em edifícios comerciais. "É a escolha entre contratar um caminhão para retirar o resíduo e destinar a um aterro ou usar o recurso para investir em reciclagem, que oferece vantagem ambiental".

Esse tipo de projeto no trabalho pode ter reflexos no comportamento doméstico? "Sim. Assim que as pessoas veem que é possível plantar e colher legumes e verduras adubados com os resíduos orgânicos, sentem-se partícipes e levam as boas práticas para seus familiares e amigos", afirma.

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