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Agência S&P rebaixa nota de crédito do Brasil por atraso na Previdência

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A agência de avaliação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida do Brasil de "BB" para "BB-", ou seja, está agora três degraus abaixo do grau de investimento (concedido a países que são considerados bons

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.01.2018, 21:30:00 Editado em 11.01.2018, 21:30:09
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A agência de avaliação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida do Brasil de "BB" para "BB-", ou seja, está agora três degraus abaixo do grau de investimento (concedido a países que são considerados bons pagadores).

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O atraso nas reformas e as incertezas sobre a eleição presidenciável deste ano estão entre os principais fatores que pesaram na decisão da agência.

"O enfraquecimento da nossa avaliação sobre o Brasil reflete um progresso mais lento que o esperado e o fraco apoio da classe política do país para implementar uma legislação significativa para corrigir em tempo hábil a piora fiscal", afirma a S&P.

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Ela cita como exemplo a aprovação da reforma da Previdência, que está parada no Congresso desde maio de 2017, quando estourou a crise da delação da JBS, envolvendo o presidente Michel Temer.

Para a agência, apesar das promessas de que as mudanças serão votadas neste ano, a série de adiamentos para colocar a proposta em vigor mostra que o governo tem um apoio político fraco no Congresso para resolver a questão fiscal.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que o rebaixamento "já estava no horizonte como uma possibilidade", em razão do processo de votação da Previdência.

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"Creio ser um alerta sobre as consequências econômicas e sociais que a não aprovação da Previdência trará", disse.

A discussão para abrandar a "regra de ouro" (que impede a União de emitir dívida em volume superior aos investimentos) também é um outro sinal, de acordo com a S&P, de que a classe política não está disposta a enfrentar os problemas fiscais.

A S&P destaca ainda que, como não há um apoio forte agora para essas medidas, isso diminui a perspectiva de que essas questões sejam enfrentadas após as eleições de outubro.

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"Esse apoio enfraquecido —de dentro e de fora— da coalizão do governo ressalta as dificuldades que as autoridades vão enfrentar na disputa e logo após a corrida eleitoral de 2018."

Segundo a agência, a população está desencantada com os escândalos políticos e a recessão, o que abre espaço para um "outsider" na disputa ou um candidato contra o "establishment".

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Dependendo de quem for eleito, diz ela, isso pode significar maior dificuldade para a formação de uma aliança multipartidária, "fundamental para aprovar qualquer lei no Brasil".

A S&P havia retirado o selo de bom pagador do país em setembro de 2015, quando a nota passou de "BBB"- para "BB+". Em fevereiro do ano passado, desceu mais um degrau, para "BB".

PERSPECTIVA

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A perspectiva da nota, por outro lado, passou de negativa para estável —ou seja, não há estimativa de um corte iminente.

A agência diz que há menos de uma em cada três chances de ela aumentar ou diminuir a nota do Brasil no próximo ano.

"A perspectiva estável reflete nossa visão do comparativamente sólido perfil externo do Brasil, e a flexibilidade e credibilidade de suas políticas monetárias e de câmbio ajudam a ancorar o rating 'BB-' no próximo ano, equilibrando as fraquezas econômicas e fiscais e a incerteza sobre as eleições presidenciais de 2018."

As notas podem cair em 2019, segundo a agência, "se fraquezas imprevistas na balança de pagamentos do Brasil prejudicarem o acesso ao mercado ou gerarem aumento acentuado da dívida externa." Além disso, diz a S&P, a deterioração da política monetária atual, com um aumento da inflação ou compromisso mais fraco com regime de taxa de câmbio flutuante, também pesaria sobre a classificação.

Para a nota subir, a S&P esperaria observar "correções fiscais sólidas e sustentáveis" no próximo governo, em parceira com o Congresso.

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