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Sem reforma, mercado aguarda corte na nota do Brasil

DANIELLE BRANT SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro pode ter um efeito colateral frustrante: fazer com que as agência de classificação de risco de crédito antecipem o rebaixamento da nota do Brasil.

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.01.2018, 08:00:00 Editado em 01.01.2018, 08:00:08
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DANIELLE BRANT

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro pode ter um efeito colateral frustrante: fazer com que as agência de classificação de risco de crédito antecipem o rebaixamento da nota do Brasil.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, agência Standard & Poor's seria a primeira a tomar essa decisão. Moody's e Fitch acompanhariam o movimento, deixando o país ainda mais distante do selo de bom pagador.

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Na última semana, circularam no mercado informações de que a S&P poderia rebaixar a nota do Brasil já no início do ano. Atualmente, o país tem nota BB na agência, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento --nota dada aos países que têm um caixa robusto para quitar as suas dívidas.

Logo após o adiamento da votação da reforma, Moody's e Fitch alertaram para o impacto negativo da decisão. Na Moody's, o Brasil tem nota Ba2 e na Fitch, BB --em ambos os casos, dois níveis abaixo do selo de bom pagador.

Diante do tom mais duro, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que conversaria com as agências.

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Para especialistas, porém, a chance de aprovação é remota --e as agências teriam avaliação parecida. "É mais provável hoje que a reforma não passe mesmo, então talvez elas [as agências] já tomem uma decisão com base nisso", afirma Iana Ferrão, economista do Credit Suisse.

No entanto, Iana pondera que o país sofrerá menos do que antes. "O impacto é maior quando o país perde o grau de investimento. Agora, o impacto deve ser menor, porque as maiores restrições para investimentos estrangeiros estavam relacionadas à perda do grau de investimento."

VULNERÁVEL

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Para Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, enquanto a reforma não sair e o governo não tiver como aliviar o deficit fiscal, o país está mais suscetível. "Ficamos vulneráveis diante das agências e mesmo dos investidores", diz.

O fato de 2018 ser ano eleitoral pode tornar as agências ainda mais cautelosas, avalia Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências. "Elas podem antecipar esse ajuste. Do ponto de vista técnico, o Brasil faz perfeitamente por merecer um rebaixamento. A questão fiscal é crítica para os próximos anos", ressalta.

"Se houvesse uma percepção mais firme de que o próximo governo continuaria a agenda econômica, elas contariam com a reforma."

Para Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos, as agências deveriam aguardar a votação antes de tomar uma decisão. "Não se costuma fazer isso em ano eleitoral. Elas deveriam esperar para ver se sai a reforma, já que deram o benefício da dúvida. Se a reforma for aprovada, vão ter que revisar a nota novamente", diz.

O Planalto deve tentar ganhar tempo. "O governo vai tentar votar as medidas. Uma agenda pró-reforma seguraria as agências, que olham o compromisso", afirma Rodrigo Melo, economista-chefe da Icatu Vanguarda.

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