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Aeroporto de Brasília pode ter pago propina milionária

REYNALDO TUROLLO JR. FÁBIO FABRINI E TAÍS HIRATA BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A empresa argentina Corporación América --controladora do aeroporto de Brasília-- identificou um possível pagamento de propina no valor de US$ 250 mil, feito em

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.12.2017, 06:55:00 Editado em 22.12.2017, 06:55:14
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REYNALDO TUROLLO JR. FÁBIO FABRINI E TAÍS HIRATA

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BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A empresa argentina Corporación América --controladora do aeroporto de Brasília-- identificou um possível pagamento de propina no valor de US$ 250 mil, feito em 2014. A informação está em comunicado ao mercado americano, ao qual a reportagem teve acesso.

Em 2014, a operadora aeroportuária argentina tinha como sócia no empreendimento a Engevix. A empreiteira foi investigada na Lava Jato, teve um dos sócios presos e para superar problemas financeiros vendeu a sua parte à Corporación em 2015.

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No comunicado às autoridades americanas, a empresa diz que, ao avaliar a contabilidade pregressa, não conseguiu explicar o destino de milhares de dólares e reportou o problema para não ser responsabilizada futuramente.

"Identificamos pagamentos feitos pela Inframérica [concessionária que opera o aeroporto] que podem não ter tido propósito apropriado e que poderiam nos expor a multas e sanções", diz o texto, que ainda ressalta que a empresa pode estar sob investigação.

Segundo o documento, os pagamentos teriam sido destinados a "indivíduos ou entidades que a imprensa sugeriu terem feito repasses ilegais a oficiais do governo em nome de companhias".

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A Engevix ganhou projeção nos escândalos envolvendo empresários e políticos dentro da Lava Jato quando um dos sócios, José Antunes Sobrinho, negociou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em 2016. Sobrinho presidia o conselho de administração do aeroporto em 2014.

Em um dos depoimentos, que vazou, Antunes Sobrinho relatou o pagamento de R$ 1 milhão de propina, em 2014, ao João Baptista Lima Filho, apontado como suposto operador do presidente Michel Temer. O repasse teria sido por meio de um fornecedora, a empresa de mídia Alúmi.

Em setembro deste ano, após esse vazamento, a Alúmi entrou na Justiça contra a empresa que prospectou o contrato com o aeroporto, a EPS Engenharia, sob a alegação de que sua imagem foi prejudicada pelo envolvimento em negócios ilícitos então desconhecidos.

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Na ação, a Alúmi narra que, em 2014, ao assinar um contrato para explorar publicidade na área externa do aeroporto, recebeu a indicação de Antunes Sobrinho, por meio da EPS, para subcontratar uma empresa do coronel Lima, que faria o projeto dos painéis publicitários.

Em outubro e novembro de 2014, a Alúmi pagou à empresa, em duas parcelas, R$ 1,16 milhão.

A defesa do empresário, porém, desistiu da delação. O caso caiu no esquecimento, até porque a Câmara barrou que Temer fosse investigado por supostos crimes cometidos antes do mandato.

OUTRO LADO

Procurada, a Engevix diz desconhecer o relato da Corporación America. A reportagem não conseguiu localizar o coronel Lima. A Alúmi informou que a empresa de Lima de fato prestou os serviços de engenharia que justificaram o pagamento, e que não recebeu nenhum benefício. A reportagem não conseguiu contato com a EPS.

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