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Divergência sobre reforma faz Bolsa cair pelo 2º dia; dólar sobe a R$ 3,33

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As informações desencontradas sobre a votação da reforma da Previdência dentro do próprio governo estressaram o mercado financeiro pelo segundo dia, pressionando em baixa a Bolsa brasileira nesta quinta (14) e levando o dólar

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.12.2017, 19:55:00 Editado em 14.12.2017, 19:55:12
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As informações desencontradas sobre a votação da reforma da Previdência dentro do próprio governo estressaram o mercado financeiro pelo segundo dia, pressionando em baixa a Bolsa brasileira nesta quinta (14) e levando o dólar a R$ 3,338, maior nível desde junho.

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O Ibovespa, das ações mais negociadas, recuou 0,67%, para 72.428 pontos. O giro financeiro do dia foi de R$ 11,3 bilhões, inflado pelo leilão de compra e venda dos papéis ordinários do Itaú Unibanco, que não fazem parte do índice.

O dólar comercial fechou em alta de 0,63%, para R$ 3,338, maior nível desde 23 de junho. O dólar à vista se valorizou 0,77%, para R$ 3,340, patamar mais elevado desde 18 de maio, um dia após o vazamento da notícia da delação do empresário Joesley Batista, da JBS.

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O dia foi de intenso vaivém envolvendo a data da reforma. O presidente Michel Temer suspendeu uma reunião para anunciar o dia da votação. Em seguida, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Previdência seria votada em 19 de fevereiro.

Ao longo do dia, os investidores ainda viram o relator da reforma anunciar flexibilizações no projeto tentar aprovar o texto, enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, rejeitou reabrir a temporada de negociações.

"Estamos no meio de duas grandes ofertas de ações [da BR Distribuidora e do Burger King], estão tendo boa demanda, e a maior parte é do investidor estrangeiro, que não vai sair do país amanhã [sexta]. Ele vai montar uma posição de longo prazo", diz Marco Saravalle, analista da XP Investimentos.

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As incertezas provocaram manifestação da agência de classificação Moody's, que afirmou que o adiamento da votação para fevereiro é um fator de crédito "negativo" e indica falta de apoio política à proposta.

Para a Moody's, o adiamento "aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições presidenciais".

"O adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos", afirmou no comentário.

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A Fitch também se manifestou nesta quinta. A agência indicou em nota que "o adiamento da reforma da Previdência evidencia os riscos de baixa que incorporamos em nossa perspectiva negativa para o rating 'BB' do Brasil". "A janela de oportunidade para uma reforma da Previdência significativa antes do ciclo eleitoral de 2018 está se estreitando, e atrasos adicionais ou diluições são riscos à viabilidade do teto de gastos e para a estabilidade da dívida no médio prazo, assim como riscos potenciais à confiança do mercado e ao corrente processo de recuperação no curto prazo", afirmou a agência.

Para Saravalle, as manifestações das agências pode causar turbulências no mercado. "O alerta traz preocupação mais para o mercado financeiro do que para a atividade econômica em si de fato. O impacto nos ativos financeiros é mais imediato. Não se sabe se as agências vão esperar fevereiro para se manifestar sobre o adiamento", diz.

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AÇÕES

Das 59 ações do Ibovespa, 19 subiram, 39 caíram e uma se manteve estável.

A maior queda foi registrada pelas ações ordinárias da Eletrobras, que caíram 3,80%. A Natura teve baixa de 3,32%, e os papéis preferenciais da Eletrobras recuaram 2,80%. A incerteza em torno da reforma provoca nos investidores a percepção de que a privatização da elétrica pode ser difícil, apesar de o presidente da estatal ter afirmado que a operação deve ocorrer entre setembro e dezembro do próximo ano.

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Na ponta positiva, as ações da Metalúrgica Gerdau subiram 2,98%. Os papéis da Hypermarcas avançaram 2,47%, e as ações da Fibria se valorizaram 2,09%.

A Petrobras encerrou o dia em baixa, apesar da valorização dos preços do petróleo no exterior. Nesta quinta, a Agência Internacional de Energia manteve sua previsão para o crescimento global da demanda da commodity em 2017. Mas a interrupção de um oleoduto no Reino Unido continuar a apoiar os preços do petróleo, apesar de dados com previsão de excesso de oferta global no início do ano que vem.

As ações mais negociadas da Petrobras recuaram 1,12%, para R$ 15,01. Os papéis com direito a voto se desvalorizaram 0,82%, para R$ 15,81.

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A mineradora Vale viu suas ações ordinárias subirem 0,36%, para R$ 36,24.

No setor financeiro, o Itaú Unibanco recuou 1,58%. Os papéis preferenciais do Bradesco fecharam em baixa de 0,79%, e os ordinários caíram 0,98%. O Banco do Brasil se desvalorizou 0,39%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil tiveram baixa de 0,81%.

DÓLAR

No mercado cambial, o dólar se enfraqueceu ante 24 das 31 principais divisas mundiais.

O Banco Central vendeu o total de até 14 mil contratos de swaps cambiais tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 7 bilhões dos US$ 9,638 bilhões que vencem no mês que vem.

A confirmação do adiamento da votação da reforma fez o CDS, espécie de seguro contra calote do Brasil, subir 1,31%, para 167,4 pontos.

No mercado de juros futuros, o contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O contrato para janeiro de 2018 teve leve queda de 6,900% para 6,895%. O contrato para janeiro de 2019 subiu de 6,940% para 6,950%.

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