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Bolsa cai 3,2% e tem pior mês desde maio com dúvida sobre reforma

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira teve, em novembro, o pior mês desde maio, em meio à deterioração da confiança dos investidores sobre a capacidade do governo de aprovar a reforma da Previdência. Já o dólar fechou o mês no patamar de R$ 3,27

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.11.2017, 19:15:00 Editado em 30.11.2017, 19:15:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira teve, em novembro, o pior mês desde maio, em meio à deterioração da confiança dos investidores sobre a capacidade do governo de aprovar a reforma da Previdência. Já o dólar fechou o mês no patamar de R$ 3,27, pressionado também pelo aumento da aversão a risco no exterior.

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O Ibovespa, das ações mais negociadas, fechou em baixa de 1%, para 71.970 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 26,3 bilhões, bem superior à média diária de novembro, de R$ 9,4 bilhões. No mês, o índice recuou 3,2%, interrompendo sequência de cinco meses no azul.

O dólar comercial fechou em alta de 0,95%, para R$ 3,271, mas recuou 0,06% em novembro. O dólar à vista se valorizou 1,09%, para R$ 3,278 -queda de 0,03% no mês.

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A dificuldade encontrada pelo governo para conseguir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência azedou o humor dos investidores pelo segundo dia.

Nesta quinta (30), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o governo está longe do mínimo para passar as mudanças.

"Se não tiver voto, não vamos marcar a data. Falta muito, mas ainda não fiz a conta, então não vou falar um número. A base não está articulada como deveria", disse Maia.

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Inicialmente, a expectativa era no sentido de votar a reforma até a próxima quarta (6), mas até mesmo os mais otimistas acham improvável conseguir apoio nesta data. Agora, trabalham com 13 de dezembro, às vésperas das férias parlamentares.

"Até a ultima semana do mês, o mercado trabalhava com o otimismo de que as reformas seriam votadas. Mas as notícias dos últimos dias jogaram um balde de água fria em todos", diz Felipe Pellegrini, gerente de tesouraria do Banco Confidence.

Além do reconhecimento de Maia de que está difícil obter os votos para aprovar a reforma, o mercado acompanhou o anúncio do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) de que o PSDB não estava mais na base do governo.

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"Tem o anúncio de que o PSDB vai sair do governo, depois o [presidente Michel] Temer diz que quem quiser sair, pode sair. Aí mudam a exigência em relação à reforma. O panorama piorou muito", diz Bruno Foresti, gerente de câmbio do banco Ourinvest.

O PSDB também começou a fazer novas exigências para aprovar a proposta, como que o valor do beneficio por incapacidade permanente continue integral e que seja possível o acúmulo de pensão e aposentadoria até o teto do INSS, de R$ 5.531. Por fim, os tucanos sinalizaram que não vão punir quem votar contra o texto da reforma, aumentando a percepção de que o texto pode ser rejeitado.

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AÇÕES

A CPFL Energia despencou 16,97% nesta sessão e liderou as perdas do Ibovespa. Nesta quinta, a chinesa State Grid realizou oferta pública de aquisição das ações da empresa. A OPA movimentou R$ 11,3 bilhões, com 408,5 milhões de ações negociadas.

Os papéis ordinários da Eletrobras recuaram 6,30%, enquanto as ações da Cemig se desvalorizaram 5,98% e os papéis preferenciais da Eletrobras perderam 5,74%.

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Só sete ações fecharam no azul. A maior alta foi registrada pelos papéis da Rumo, com avanço de 1,72%. A JBS avançou 1,41%, e a Embraer subiu 0,64%.

Os papéis da Petrobras conseguiram fechar no azul, em dia de indefinição nos preços do petróleo. A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e produtores de fora do grupo, liderados pela Rússia, concordaram nesta quinta em prolongar os cortes de produção de petróleo até o fim de 2018, em meio a uma tentativa de terminar de enxugar um excesso global de petróleo.

As ações preferenciais da Petrobras subiram 0,33%, para R$ 15,38. Os papéis com direito a voto subiram 0,25%, para R$ 15,95.

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A mineradora Vale teve queda de 1,57% dos papéis ordinários, para R$ 35,14, apesar da alta de 0,3% do minério de ferro.

Entre os bancos, o Itaú Unibanco teve baixa de 1,46%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 0,64%, e as ordinárias se desvalorizaram 1,04%. O Banco do Brasil recuou 3,95%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil caíram 1,87%.

DÓLAR

Entre as 31 principais moedas do mundo, o dólar ganhou força em relação a 18.

Além do cenário conturbado no Brasil, a instabilidade provocada pelo risco de a Coreia do Norte lançar novos mísseis pesou.

O CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) do Brasil subiu 0,92%, na segunda alta seguida, e atingiu 171 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos, sendo que os mais longos refletiram esse aumento da percepção de risco local. O contrato com vencimento em janeiro de 2018 caiu de 7,035% para 7,018%. O contrato para janeiro de 2021 teve alta de 9,330% para 9,340%.

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