NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Os governos federal e do Maranhão tentam destravar investimento na construção de uma refinaria de petróleo no Estado, projeto suspenso após o início da crise da Petrobras.
Segundo o secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix, as negociações envolvem empresas da China e do Irã, que estariam dispostas a retomar o investimento.
A unidade teria capacidade para processar 300 mil barris de petróleo por dia, com o objetivo de substituir importações de combustíveis para as regiões Norte e Nordeste.
O investimento, disse Félix, é estimado entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões.
Segundo ele, as negociações vêm sendo feitas pelo governo do Maranhão, em parceria com um investidor brasileiro, cujo nome ele não quis citar.
O terreno que havia sido doado para a refinaria da Petrobras será transferido aos novos investidores.
Segundo fontes, a empresa chinesa envolvida no projeto seria a Sinopec. O acordo envolveria a venda de petróleo iraniano para a China, em substituição a volumes exportados pelo Brasil, que seriam processadora na refinaria maranhense.
O projeto é visto com desconfiança pelo mercado, diante do excesso de capacidade de refino na região do Atlântico -hoje o Brasil importa grandes volume de combustíveis dos Estados Unidos.
Na concepção original, anunciada pelo ex-diretor da Petrobras condenado pela Justiça Paulo Roberto Costa, a refinaria do Maranhão teria capacidade de 600 mil barris por dia e seria voltada para o mercado externo.
Uma outra unidade seria construída no Ceará, com capacidade de 300 mil barris por dia.
Em seu balanço do terceiro trimestre de 2014, a Petrobras anunciou a desistência dos projetos e assumiu perda de R$ 2,7 bilhões com os investimentos já feitos.
Por outro lado, é consenso no mercado que o país precisará de investimentos para ampliar a capacidade de suprimento de combustíveis, diante de expectativas de crescimento de 20% na demanda até 2026.
Atualmente, segundo Felix, o Brasil exporta diariamente 1 milhão de barris de petróleo e importa 500 mil barris de combustíveis.
Ele disse esperar que o projeto seja anunciado oficialmente até o primeiro trimestre de 2018.
Deixe seu comentário sobre: "China e Irã negociam retomada de refinaria no Maranhão, diz ministério"