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Escultura que pertenceu a Edemar é leiloada por R$ 6,6 milhões

MARIO CESAR CARVALHO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma escultura do mestre modernista inglês Henry Moore (1898-1986) que pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira foi leiloada por US$ 1,98 milhão na noite desta terça (14) pela Sotheby´s de Nova York. O va

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.11.2017, 14:40:00 Editado em 15.11.2017, 14:40:12
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MARIO CESAR CARVALHO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma escultura do mestre modernista inglês Henry Moore (1898-1986) que pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira foi leiloada por US$ 1,98 milhão na noite desta terça (14) pela Sotheby´s de Nova York. O valor arrecadado, equivalente a R$ 6,6 milhões, será revertido para os credores que perderam dinheiro com a falência fraudulenta do Banco Santos.

Há outras 94 obras para serem leiloadas, mas elas têm valor mais baixo do que o Henry Moore, um dos criadores da escultura moderna.

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As obras de arte que pertenceram ao banqueiro já renderam R$ 112 milhões, segundo Vanio Aguiar, que administra a massa falida do banco. Ao todo, o valor recuperado chega a R$ 1,5 bilhão, ainda de acordo com Aguiar.

O Banco Santos quebrou em 2005, deixando um rombo de R$ 3,4 bilhões. Edemar chegou a ser condenado a 21 anos de prisão em dezembro de 2006 por gestão fraudulenta de instituição financeira, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, a maior pena já aplicada a um banqueiro no país. O processo, porém, foi anulado em 2015 com o argumento de que o juiz federal que julgou o caso, Fausto Martin de Sanctis, cometeu erros na fase de interrogatório dos réus que comprometiam toda a ação. Com a anulação do processo, os crimes a que ele responde estão prescritos.

Edemar foi preso duas vezes, mas está em liberdade em São Paulo. Ele diz viver de favor, numa casa próxima ao casarão que construiu no Morumbi. O imóvel, um projeto do arquiteto Ruy Ohtake, será leiloado no próximo dia 20 com lance mínimo de R$ 78 milhões.

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A escultura que pertenceu a Edemar, batizada "Woman", foi criada entre 1957 e 1958, fundida em bronze numa série de seis peças e tinha 1,5 metro de altura. Edemar exibia a obra em sua casa no Morumbi, zona sul de São Paulo, e pouco antes de o Banco Central intervir no Banco Santos, em 2005, ele retirou a obra do país.

A Folha de S.Paulo revelou em 2006 que o banqueiro havia tirado do país as obras mais caras de sua coleção para evitar que fossem confiscadas pela Justiça. A mais caras dessas obras era justamente o Henry Moore leiloado em Nova York nesta terça. O banqueiro pagou US$ 1,475 milhão pela obra em 3 de junho de 2003, segundo arquivos da chamada Cid Collection obtidos pela reportagem.

A escultura de Henry Moore estava em Paris, em nome de uma empresa offshore de um advogado de Edemar, Herberto Alfredo Vargas Carnide, que morreu em 2011. A Justiça americana considerou que Carnide era apenas um laranja de Edemar e decidiu que deveria ser devolvida à massa falida do Banco Santos.

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Tanto a justiça brasileira quanto a americana consideram que toda a coleção foi produto de crime, comprada com recursos desviados pelo banqueiro.

As reportagens da Folha de S.Paulo foram usadas pelo FBI, a polícia federal americana, e pela Interpol para rastrear as obras. Foram recuperadas mais de cem telas, esculturas e fotografias.

Por conta das flutuações do mercado de arte, a obra recuperada que atingiu o valor mais alto foi uma tela do artista norte-americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988). Ele foi comprada por US$ 825 mil e foi leiloada em outubro do ano passado em Londres por 10,565 milhões de libras, o equivalente hoje a R$ 46 milhões.

A tela de Basquiat custou pouco mais do que a metade do valor do Henry Moore, mas alcançou um valor que equivale a quase sete vezes o preço da escultura.

Edemar sempre negou que tenha tirado as obras do país ilicitamente. Segundo ele, os trabalhos foram vendidos antes da quebra do banco.

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