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Fundos e Abilio disputam sucessão da BRF

RAQUEL LANDIM SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A disputa entre o empresário Abilio Diniz e os fundos de pensão vem dificultando a troca de comando na BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão. A gigante de alimentos precisa encontrar um novo diretor presidente a

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Publicado em 07.11.2017, 06:05:00 Editado em 07.11.2017, 06:05:11
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RAQUEL LANDIM

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A disputa entre o empresário Abilio Diniz e os fundos de pensão vem dificultando a troca de comando na BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão. A gigante de alimentos precisa encontrar um novo diretor presidente até o fim do ano, quando Pedro Faria deixa o cargo.

Abilio, que preside o conselho de administração e detém cerca de 4% da BRF, defende o nome de José Aurélio Drummond Junior, membro do colegiado e ex-presidente da Whirpool. A indicação tem apoio do fundo Tarpon.

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Maiores acionistas da BRF, os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil) resistem à escolha de Drummond. As famílias Fontana e Furlan, que eram donas da Sadia e continuam com uma fatia minoritária, também não concordam.

Segundo interlocutores dos fundos, Petros e Previ não estão confortáveis com a indicação de Drummond por conta de sua proximidade com Abilio e com a Tarpon. A avaliação dos fundos é que a BRF precisa de uma mudança significativa na gestão.

No fim de agosto, a companhia anunciou a saída de Faria e o início do processo de sucessão. O motivo foi os R$ 372 milhões de prejuízo registrados em 2016, o primeiro resultado negativo desde que a BRF foi criada em 2009.

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No primeiro semestre deste ano, a empresa voltou a apurar perda: R$ 167 milhões, comparado com lucro de R$ 42 milhões no mesmo período de 2016. O resultado do terceiro trimestre será divulgado na quinta-feira (9).

Procurada, a BRF informou que "não comenta especulação" e que "o processo de sucessão está sendo conduzido por um comitê eleito pelo conselho e sob sigilo". Petros e Previ preferiram não se manifestar sobre o assunto.

O comitê responsável pela sucessão é formado pelos conselheiros Walter Malieni (Previ), Flávia Almeida (Península, holding dos investimentos da família Diniz), José Carlos Reis de Magalhães Neto (Tarpon) e Luiz Furlan (ex-presidente da Sadia).

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Segundo pessoas próximas ao processo, a empresa de recrutamento contratada para encontrar o novo CEO já teria recebido algumas negativas. Os executivos sondados alegaram dificuldade em trabalhar com Abilio, conhecido pelo perfil centralizador.

O empresário chegou a BRF quatro anos atrás com apoio da Tarpon, após perder uma turbulenta disputa societária no Pão de Açúcar, rede varejista que herdou do pai.

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A Tarpon, que detém 8,4% da BRF, não estava satisfeita com a gestão de Nildermar Secches, ex-presidente da Perdigão. O fundo achava que o valor de mercado da companhia poderia subir e convenceu a Previ a apoiar uma mudança. A Petros foi contra.

Abilio prometeu levar a ação da BRF a R$ 100 em cinco anos, mas o prazo já se aproxima do fim e ele está longe de cumprir a meta. Nesta segunda-feira (6), o papel fechou a R$ 42,66 - o mesmo patamar de 9 de abril de 2013, quando ele assumiu a presidência do conselho.

O empresário foi o principal padrinho de Pedro Faria, ex-executivo da Tarpon, para o cargo de CEO. As mudanças promovidas pela dupla, no entanto, não deram certo e as margens de lucro da BRF encolheram.

Faria perdeu de vez o apoio do conselho depois que a Operação Carne Fraca prendeu dois executivos da BRF sob acusação de pagar suborno a fiscais agropecuários.

Desde então, o conselho passou por uma ampla reformulação e foram trocados vice-presidentes e outros cargos importantes.

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