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Temer faz acordo em troca de aprovação de receitas

JULIO WIZIACK, BRUNO BOGHOSSIAN E MARIANA CARNEIRO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo cedeu e vai dar ao Congresso o poder de decidir medidas controversas que podem colocar em risco cerca de R$ 14 bilhões necessários para o cumprimento da meta de defic

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.10.2017, 07:25:00 Editado em 24.10.2017, 07:25:11
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JULIO WIZIACK, BRUNO BOGHOSSIAN E MARIANA CARNEIRO

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo cedeu e vai dar ao Congresso o poder de decidir medidas controversas que podem colocar em risco cerca de R$ 14 bilhões necessários para o cumprimento da meta de deficit de R$ 159 bilhões no próximo ano.

Para agradar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), Temer desistiu de baixar medidas provisórias para adiar o reajuste e aumentar a contribuição previdenciária dos servidores federais, além de taxar fundos exclusivos de investimento.

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Em vez disso, o presidente acertou com Maia que enviará as propostas como projetos de lei ao Congresso --que têm de ser votados até o fim do ano para garantir a entrada de receitas no caixa do governo em 2018.

Em troca, Maia se comprometeu em acelerar a votação desses projetos. Caso não sejam aprovados a tempo, em último caso, o governo poderá voltar atrás e editar as medidas provisórias, cujo principal diferencial é que têm efeito imediato.

As negociações entre o Legislativo e o governo se arrastam há semanas e foram concluídas às vésperas da votação da denúncia contra Temer na Câmara.

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Esta é a segunda vez que Maia ganha protagonismo em assuntos da área econômica. Na semana passada, diante do impasse com a MP da leniência dos bancos, o presidente da Câmara patrocinou um projeto de lei com o mesmo conteúdo, e a votação foi concluída em dois dias na Casa.

ORÇAMENTO

Nesta segunda-feira (23), Temer e seus principais assessores da área política e econômica se reuniram para definir os detalhes dos projetos de lei geradores de receita, a fim de que a programação orçamentária do próximo ano seja enviada ao Congresso até sexta-feira (27).

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O Orçamento de 2018 está pendente desde o final de agosto, quando o governo anunciou a revisão da meta de deficit de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões.

Nos bastidores, a equipe econômica considera haver risco de que as medidas demorem mais do que o previsto para serem aprovadas, mas trabalha com a possibilidade de recursos extras para cobrir o buraco.

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A arrecadação vem dando sinais de recuperação nos últimos meses e há outras medidas em estudo para estimular a atividade econômica.

próximos passos

Em outra frente, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) passa a buscar uma aproximação com Rodrigo Maia para tentar destravar a pauta econômica pós-votação da denúncia.

Meirelles deve procurar Maia nos próximos dias para discutir a proposta do governo de reduzir o pacote de mudanças da reforma da Previdência --a medida sinaliza o comprometimento do governo com o ajuste fiscal. O ministro quer saber se há chances de aprovar o texto até o fim deste ano.

A equipe econômica também quer interlocução para contornar a relação desgastada entre o presidente da Câmara e o Palácio do Planalto.

O ministro da Fazenda afirmou a auxiliares que os seguidos desentendimentos entre Temer e Maia criaram um ambiente de instabilidade que pode colocar em risco a aprovação de medidas prioritárias, como a Previdência e o ajuste orçamentário.

Por isso, o envolvimento de Meirelles será uma maneira de manter o ajuste fiscal vivo mesmo que o governo saia enfraquecido da denúncia contra Temer na quarta-feira (25).

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