MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Injeção de R$ 155 bi reanima consumo

JULIO WIZIACK MARIANA E CARNEIRO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As famílias brasileiras devem ter R$ 155 bilhões a mais para gastar deste ano até o fim de 2018. A projeção é do banco de investimento BNP Paribas e considera as recentes medidas adotadas pelo g

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 22.10.2017, 05:35:00 Editado em 22.10.2017, 05:35:05
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

JULIO WIZIACK MARIANA E CARNEIRO

continua após publicidade

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As famílias brasileiras devem ter R$ 155 bilhões a mais para gastar deste ano até o fim de 2018. A projeção é do banco de investimento BNP Paribas e considera as recentes medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo, carro-chefe da atividade econômica.

Esse dinheiro extra vai turbinar os gastos que, em plena campanha eleitoral, poderão voltar aos níveis pré-crise.

continua após publicidade

Uma parte do dinheiro já entrou na economia. A equipe econômica liberou saques de contas inativas do FGTS que injetaram R$ 43 bilhões no primeiro semestre.

Ainda neste ano, haverá o impacto da liberação de cerca de R$ 16 bilhões do PIS/Pasep. A quantia pode passar de R$ 20 bilhões até o primeiro trimestre de 2018, pois governo pretende localizar e reembolsar quem já tem direito a receber, mas esqueceu o dinheiro nesses fundos.

O consumidor também vai sentir no próximo ano os efeitos plenos da queda da taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 8,25% e poderá atingir o menor patamar da história -6,5% ao ano.

continua após publicidade

Com isso, as famílias poderão renegociar dívidas, trocando juros mais elevados por taxas mais baixas.

Na avaliação do banco francês, a diferença aumentará o poder de compra das famílias em R$ 96 bilhões.

Segundo o secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Marcos Ferrari, as medidas de estímulo -os saques do FGTS e do PIS/Pasep- foram o primeiro passo para a retomada do consumo, que representa 63% do PIB. "O peso do consumo no PIB faz com que ele seja peça importante na reversão da crise", afirma.

continua após publicidade

As projeções do governo indicam que o consumo voltará aos níveis pré-crise em meados de 2019. Mas a equipe econômica não descarta que a virada possa ocorrer antes, ainda durante a campanha eleitoral de 2018.

Isso porque as simulações não levam em conta o efeito multiplicador dos quase R$ 60 bilhões na economia com a liberação do FGTS inativo e do PIS-Pasep.

continua após publicidade

Segundo Ferrari, também não considera a confiança das famílias, que se sentem mais seguras para gastar à medida que as empresas voltam a contratar.

Novas medidas em curso podem ajudar a impulsionar ainda mais. Uma delas é a redução dos custos embutidos nos empréstimos -o chamado "spread" bancário-, o que pode adicionar R$ 38 bilhões ao poder de compra dos brasileiros até 2018.

LONGO PRAZO

continua após publicidade

Apesar da resposta mais rápida dos consumidores, a sustentação dessa retomada depende da volta do investimento.

A previsão oficial é de que o investimento recupere o nível pré-crise em 2021. Para acelerar esse processo, o governo vem tomando medidas regulatórias para criar um ambiente mais favorável para os negócios, diz Ferrari.

Se aprovado, somente o projeto de lei que modifica o marco regulatório das telecomunicações trará R$ 34 bilhões em investimentos.

continua após publicidade

O governo também está definindo novas regras para os setores elétrico, de mineração e de petróleo e gás.

Se tudo correr como planejado, o nível de investimento poderá voltar ao patamar pré-crise ainda em 2020.

Na avaliação do secretário, essas projeções indicam que a retomada brasileira segue o mesmo roteiro da recuperação econômica dos EUA após a crise financeira de 2007.

O motor também foi a volta mais rápida do consumo. O investimento, que caiu meses antes de o país entrar em recessão, também demorou a ganhar força.

EFEITO COLATERAL

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, também identifica similaridades com crise americana e considera que o consumo vai puxar o PIB, impulsionado sobretudo pela queda dos juros. "A dúvida é por quanto tempo os juros ficarão baixos", diz Kawall.

Para o economista-chefe da gestora do BNP Paribas, Eduardo Yuki, o próximo presidente da República assumirá o cargo já sob a pressão de ter de lidar com um possível aumento da taxa de juros para conter a alta inflacionária, gerada por uma retomada mais forte do consumo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Injeção de R$ 155 bi reanima consumo"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!