SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal de São Paulo, aceitou nesta segunda-feira (16) a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da JBS, por uso de informação privilegiada e manipulação de mercado.
Com a decisão, eles se tornam réus. Isto não quer dizer que eles sejam culpados, mas sim que há indícios da prática do crime -o que deve ser apurado no processo judicial.
"Considero, assim, existirem suficientes indícios de autoria em relação a cada um dos imputados, havendo, portanto, justa causa para o prosseguimento da persecução penal", afirmou o magistrado.
A Procuradoria denunciou os irmãos Batista por usarem informações privilegiadas para obter lucro no mercado -o que teria gerado um ganho irregular de até R$ 238 milhões.
A investigação analisou as operações de compra e venda de dólares e de ações da empresa no período anterior às delações premiadas dos próprios executivos.
A investigação usou informações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), áudios de Whatsapp com a voz de Wesley, além de depoimentos de funcionários da JBS que receberam as ordens de compra e venda, e que confirmaram o caráter atípico das transações.
Em nota, a defesa dos irmãos Batista disse que "confia na justiça e voltará a apresentar relatórios técnicos que demonstram a normalidade de todas as operações financeiras efetuadas, que afastam por completo qualquer dúvida sobre a licitude de sua conduta".
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