NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A mudança no sistema de venda de energia das usinas da Eletrobras renderá ao governo em 2018 menos da metade dos R$ 20 bilhões previstos inicialmente.
A afirmação foi feita nesta terça (29) pelo secretário executivo do MME (Ministério de Minas e Energia), Paulo Pedrosa.
O valor final será definido esta semana, para que o ministério do Planejamento possa incluir a previsão no orçamento do ano que vem.
Os recursos referem-se ao bônus que será pago pela estatal para deixar de vender energia no regime de cotas, a preços mais baratos, e passe a vender no mercado.
Pedrosa disse que a União pode decidir ainda vender parte de suas ações durante o processo de privatização da empresa, o que aumentaria seus ganhos.
Essa decisão, porém, ainda não foi tomada. Ele não quis avaliar o valor das ações, mas disse que projeções do mercado apontam que a fatia detida diretamente pelo governo na empresa, equivalente a 40% do capital, pode chegar a R$ 40 bilhões -hoje, são R$ 12 bilhões.
"Se o governo decidir vender metade, receberá um valor maior do que tem hoje", disse.
Anunciada na semana passada, a proposta de privatização da Eletrobras prevê o aumento de capital da companhia, atraindo novos investidores e diluindo a fatia do governo no capital total.
Com os recursos arrecadados, a estatal pagará o bônus de outorga para mudar o sistema de venda da usinas, processo que vem sendo chamado de "descotização". São 14 usinas, com capacidade de geração de 14 gigawatts (GW).
Deixe seu comentário sobre: "Mudança em usinas da Eletrobras renderá metade do previsto"