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 Com luz e comida mais baratos, Brasil tem deflação pela 1ª vez em 11 anos

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A queda nos preços de energia elétrica, alimentos e combustíveis em junho fez o país ter a primeira deflação em 11 anos. O IPCA, o índice oficial de inflação, recuou 0,23% no mês, divulgou o IBGE nesta

Da Redação

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Maioria dos alimentos passou a custar menos em junho; as frutas caíram 5,90%. (Foto: Alex Araújo\G! MG)
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Maioria dos alimentos passou a custar menos em junho; as frutas caíram 5,90%. (Foto: Alex Araújo\G! MG)
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.07.2017, 11:25:00 Editado em 07.07.2017, 11:33:13
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LUCAS VETTORAZZO

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A queda nos preços de energia elétrica, alimentos e combustíveis em junho fez o país ter a primeira deflação em 11 anos.

O IPCA, o índice oficial de inflação, recuou 0,23% no mês, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (7).

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Esse movimento de queda de preços –a deflação– não ocorria desde junho de 2006. O índice veio mais robusto do que o esperado por analistas consultados pela agência Bloomberg (de queda de 0,18%) e é o mais baixo desde agosto de 1998, quando o IPCA caiu 0,51%.

O país vive um movimento de redução acelerada da inflação em função, principalmente, da crise econômica e do desemprego, que desestimulam o consumo -e que "levam o comércio a fazer ofertas e promoções", disse Eulina Nunes, coordenadora do Índices de Preços do órgão-, e também uma melhora significativa nas safras agrícolas.

"O país está num período de desemprego muito grande e a renda continua caindo. redução de consumo, o que gera efeito em cadeia", afirmou a coordenadora.

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"A inadimplência continua enorme. A questão dos alimentos no ano passado, com quebras de safras [e alta de preços], não foi pontual. Os alimentos são um quarto da despesa do trabalhador. É um conjunto de fatores que levam à deflação."

GASTOS DOMÉSTICOS

Os alimentos, que representam pouco mais de um quarto de todo o IPCA, caíram 0,50% puxados pela alimentação em casa (-0,93%).

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O índice de habitação, que verifica os custos que incidem sobre os lares, como serviços públicos, aluguéis e condomínios, recuou 0,77% no mês.

Também ajudou o recuo de 2,84% no preço dos combustíveis, que levaram o grupo "Transportes" a uma queda de 0,52% no período. A Petrobras reajustou para baixo os preços da gasolina no final de maio e em junho, e o etanol ficou 4,66% mais barato no mês.

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Ainda houve forte redução, de 5,52%, nas contas de luz, que reverteram a alta de 8,98% em maio graças à mudança da bandeira vermelha para a verde, mais barata, resultando em redução de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos. Das regiões pesquisadas, apenas o Recife não teve queda de preço na tarifa em junho.

Há a expectativa, porém, de que em julho a energia possa voltar a subir em algumas áreas, devido, por exemplo, aos reajustes de tarifas das distribuidoras de energia e à volta da bandeira amarela, mais cara.

Para Eulina Nunes, do IBGE, queda nos preços é menos sentida no bolso pela população do que as altas dos anos anteriores.

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"Quando a inflação aumenta, o poder aquisitivo cai e isso é sentido bem claramente. Quando a inflação para de subir ou até cai, só sentirá o alívio no bolso aquele trabalhador que tenha tido algum reajuste recente no salário. O patamar de preços, embora em queda agora, continua alto", disse.

META

No acumulado em 12 meses, o índice ficou em 3%, abaixo da meta oficial do governo, de 4,5%. Desde abril deste ano que o índice acumulado vem mais baixo do que a meta -algo que não ocorria desde agosto de 2010 e o mais baixo desde março de 2007, quando o indicador foi de 2,96%.

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Os resultados recentes motivaram o governo a reduzir a meta anual de inflação para 4,25%, a ser perseguida em 2019, e para 4% em 2020.

O IPCA acumulado de junho, de 3%, também vai corrigir o teto de gastos estabelecido pelo governo de Michel Temer. Segundo a nova regra -que entrou em vigor neste ano, após a aprovação da chamada PEC do Teto-, a correção será limitada à inflação acumulada em 12 meses em junho do período anterior.

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A intenção do governo é que o mecanismo vigore até 2036, com possibilidade de revisão em 2026.

PERDA DE FORÇA

A inflação vem perdendo força desde o final de 2016. O índice acumulado em 12 meses chegou a superar os 10% no começo do ano passado. Um dos principais vilões foi a pressão de preços sobre os alimentos, visto que em 2016 houve quebras de safras em várias regiões do país por questões climáticas, gerando impacto a toda uma cadeia.

Carnes de boi e frango, derivados de leite e ovos, por exemplo, tiveram altas por causa do aumento do preço da ração animal, produzida principalmente com soja e milho.

Outro fator que empurrava a inflação para cima eram as tarifas de energia elétrica, que após quase dois anos represadas por decisão de governo, tinham voltado a subir.

Neste ano, além do agravamento da crise e desemprego em alta, a pressão de preços tem sido cada vez menos intensa, até chegar à deflação.

Agricultores comemoraram supersafras; uma maior oferta de alimentos, num momento de demanda fraca, fez cair o preço de produtos importantes na cesta básica do brasileiro.

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